LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

quarta-feira, novembro 09, 2005

Cientistas australianos dizem que aspirina pode prevenir cancro da pele

A aspirina poderá diminuir a incidência dos cancros da pele, concluíram investigadores australianos do Instituto Médico de Queensland.O consumo regular de anti-inflamatórios como a aspirina favorece a protecção acrescida contra os cancros da pele e manchas provocadas pelo sol."Descobrimos que as pessoas que tomam regularmente aspirina ou anti-inflamatórios apresentam um risco mais baixo de desenvolver cancro de pele em relação às pessoas que não o fazem", disse David Whiteman, um dos investigadores cujos resultados foram publicados na revista da Academia norte-americana de Dermatologia.Em contrapartida não foi identificado qualquer benefício em tomar aspirina ocasionalmente.Segundo os investigadores, os medicamentos como a aspirina suspendem o fabrico de uma enzima, chamada COX que permite o desenvolvimento de certos tipos de cancros.O estudo foi realizado durante 15 anos em mais de 1600 habitantes de uma cidade do Sul de Queensland. No entanto ainda São necessários mais ensaios clínicos, alertou Whiteman

O coração do palestiniano Ahmed bate dentro de uma menina israelita

Alexandra Lucas Coelho
A família de Ahmed Al Khatib, um menino palestiniano de 12 anos alvejado quinta-feira por soldados israelitas, doou os seus órgãos a seis cidadãos de Israel. "Era uma forma de o fazer estar vivo, sentimos que ele está vivo nestas crianças", disse ontem ao PÚBLICO o seu tio, Mustafa Habub.Ahmed morreu sábado à tarde num hospital de Haifa. O seu coração bate agora no peito de uma menina drusa israelita, Samah Gadban, também de 12 anos. Samah estava à espera de um coração há cinco anos. Sábado à noite, os seus pais receberam um telefonema a anunciar que havia um dador. Domingo à tarde, ela recuperava da operação. "É um tal gesto de amor, gostava que a família pensasse que a minha filha é filha deles", disse à imprensa israelita o pai da menina.O tio de Ahmed encontrou-se com ele ontem. "O Exército israelita tem drusos, e demos o coração a uma criança drusa", diz Mustafa. "É uma mensagem de paz."O fígado de Ahmed foi repartido entre um bebé de seis meses e uma mulher de 56 anos. Os seus pulmões foram repartidos entre um menino de cinco e uma rapariga de quatro anos. Os seus rins foram para um menino de cinco anos. Ahmed foi atingido durante uma intervenção do Exército no campo de refugiados de Jenin, Norte da Cisjordânia. O Exército israelita disse em comunicado que "durante a actividade na área palestinianos armados abriram fogo de vários pontos". Julgando ver um homem armado a 130 metros, os soldados dispararam contra Ahmed. Alvejaram-no na cabeça e no abdómen. Quando "se aproximaram do local, encontraram a arma que o palestiniano segurava e descobriram que era uma pistola de plástico", descreve o comunicado. O Exército distribuiu fotografias do objecto para mostrar a semelhança com uma arma verdadeira.Mas Ahmed "não tinha nenhuma arma de brincar", o objecto referido pelo Exército não lhe pertencia, garante o tio. "O pai deu-lhe dinheiro para doces e ele estava a caminho da loja, ao pé de casa." Ahmed foi levado para um hospital em Jenin e acabou transferido para Haifa, com a mediação do Exército israelita e das autoridades palestinianas.
Sábado, quando a morte cerebral se verificou, o hospital perguntou à família se queria doar os órgãos. "Quando fui ter com eles, acho que já tinham decidido sozinhos que iam fazer isso", conta Esther Katz, a enfermeira que os abordou. "Disseram logo que sim, que dar esses órgãos lhes daria outras crianças. Queriam salvar vidas. São muito gentis e generosos."O tio de Ahmed é cidadão árabe israelita. Mas os pais (ele mecânico, ela dona de casa) e os cinco irmãos são palestinianos dos territórios ocupados, de Jenin. No comunicado, o Exército israelita refere um "jovem palestiniano ferido". Diz que "lamenta o incidente". Não diz nome, idade ou gravidade do ferimento (na altura do comunicado, Ahmed estava em coma). Domingo à noite, depois da doação dos orgãos, largamente noticiada pela imprensa israelita, o gabinete do primeiro-ministro Ariel Sharon enviou um pedido de desculpas à família. "Convidou-nos a ir a Jerusalém", diz Mustafa. A família irá (Publico)

Barril de petróleo deve cair para 35 dólares até 2010

O preço internacional do petróleo deverá deslizar ao longo da década actual até chegar aos 35 dólares, por via de um aumento na capacidade de produção, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE), no seu relatório anual, divulgado ontem, no qual volta a alertar para o agravamento da dependência do consumo mundial em relação ao Médio Oriente e Norte de África até 2030.As contas da AIE à evolução do preço do petróleo, segundo as quais deverá depois recuperar para os 39 dólares em 2030, fazem parte do chamado cenário de referência, a preços de 2004, das "Perspectivas Mundiais de Energia 2005" e com previsões até 2030. De acordo com este cenário, que os autores consideram o mais provável, "mas não desejável nem sustentável a prazo", as actuais políticas energéticas manter-se-ão e o consumo mundial de energia subirá 50 por cento. A este valor corresponde também um salto de 52 por cento nas emissões de dióxido de carbono. Os países em vias de desenvolvimento, nomeadamente China e Índia, serão os principais responsáveis (dois terços) pelo aumento do consumo projectado. A AIE assume que o planeta dispõe de recursos suficientes para fazer face ao acréscimo da procura das próximas duas décadas e meia, desde que os países com maiores reservas reinvistam na sua capacidade de produção e os países consumidores em novas refinarias, no total de 17 biliões de dólares ou 14,5 biliões de euros, mais de 100 vezes o PIB português e quase o dobro do norte-americano. "As reservas mundiais de petróleo ultrapassam actualmente a produção acumulada de hoje até 2030", afirma a AIE, criada no pós-choque petrolífero de 1970 para vigiar os 26 países membros da OCDE em matéria de segurança de abastecimento energético. Lembra, por outro lado, que a falta de investimento na produção e refinação contribuiu para a escalada dos preços desde o início do ano. Nos últimos trinta anos, os EUA, que continuarão a ser o maior consumidor mundial, não construíram uma única refinaria.
Dois cenários alternativos
As "Perspectivas Mundiais de Energia 2005" da AIE centram-se especialmente nas regiões do Médio Oriente e do Norte de África, e nos riscos da sua instabilidade, antecipando que desempenharão um papel crítico na satisfação da procura nos próximos anos - passarão a produzir 44 por cento do petróleo contra os actuais 35 por cento. Estas regiões aumentarão a produção de petróleo em 75 por cento e triplicarão a produção de gás natural, desde que concretizem os investimentos necessários, à média anual de 56 mil milhões de dólares.
O recurso exaustivo aos combustíveis fósseis, em que se baseia o cenário de referência, "não tem nada de satisfatório", segundo a AIE, dado pressupor a manutenção de uma exploração exaustiva dos combustíveis fósseis.O relatório avança outros dois cenários de evolução para as próximas duas décadas e meia, considerando-os "longe de improváveis": um, de tendência desfavorável, com um adiamento dos investimentos nos países produtores e com implicações sensíveis no aumento do preço do petróleo (pode chegar aos 52 dólares em 2030), outro, o mais desejável, que admite uma atitude mais voluntarista por parte dos países em favor de políticas de utilização mais racional de energia e de maior abrandamento no preço do petróleo.O documento, que analisa detalhadamente as tendências para a Argélia, Egipto, Irão, Iraque, Koweit, Líbia, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, alerta para o facto de os dois cenários terem fortes implicações para estes países. Na hipótese de adiamento de investimentos nos países do Médio Oriente e Norte de África, os preços de energia subirão, o aumento da procura global diminuirá, cortando mais de um bilião de dólares de receitas de exportação de petróleo e gás, entre 2004 e 2030. O crescimento mundial será também afectado por isso, estima a AIE, concluindo que qualquer que seja a possível causa - deliberada ou não - o resultado será sempre de preços mais elevados, maior incerteza e infeciências de mercado. No cenário alternativo, de políticas defensoras do uso racional de energia e de substituição gradual dos combustíveis fósseis, o crescimento global de petróleo e gás será inferior, embora o planeta continue a depender fortemente das duas referidas regiões. O efeito mais sensível verificar-se-á ao nível das emissões de dióxido de carbono - menos 16 por cento do que no cenário de referência -, mas, ainda assim, 30 por cento acima dos níveis actuais.
O que vai mudar até 2030
> A procura de petróleo crescerá à média anual de 1,4 por cento até chegar aos 115 milhões de barris diários, contra os actuais 84 milhões;
> O gás natural é o combustível fóssil cuja procura mais aumentará neste período - 75 cento, em termos absolutos;
> O consumo de carvão vai continuar a crescer. À taxa anual de 1,4 por cento, atingirá os 7,3 mil milhões de toneladas dentro de 25 anos
A procura energia nuclear vai aumentar, embora o peso no bolo total diminua;
> As energias renováveis terão a mais alta taxa de crescimento (6,2 por cento ao ano), mas o seu contributo para a produção de energia manter-se-á residual, fixando-se em dois por cento do total;
> O preço do petróleo, que chegou aos 65 dólares em Setembro passado (preço médio pago pelos países membros da OCDE), deverá deslizar até aos 35 dólares em 2010, por via de uma maior capacidade de produção, e depois voltará a subir até aos 39 dólares em 2030 (Publico)

Acusada de furtar colegas de América, Lucy Mafra é afastada e decide processar a Globo

Um ponto final em um problema constrangedor que tem como cenário o Projac, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro – onde são rodadas as novelas da emissora. Depois de ser comunicada por atrizes de furtos de objetos e dinheiro guardados em armários, a direção da Globo decidiu afastar do folhetim Lucy Mafra, que interpretava a personagem Claudete. Atriz pouco conhecida, com 29 de seus 50 anos fazendo pontas em novelas, Lucy diz que nos corredores da Globo tornou-se a principal suspeita dos crimes, que ela nega. Dizendo-se vítima de um “engano”, está decidida a processar a emissora por danos à sua imagem.Lucy conta que foi denunciada por uma camareira, que a viu mexendo no próprio armário, vizinho ao da atriz Christiane Torloni, uma das que tiveram dinheiro furtado (cerca de R$ 300) e que, infeliz coincidência, interpreta a cleptomaníaca Haydée em América. No início da novela, em entrevista a ISTOÉ, Christiane mostrou dominar a gravidade do problema enfrentado por sua personagem. “A cleptomania é a ponta de um iceberg, com um quadro clínico muito mais amplo por trás”, disse. Para Lucy, no entanto “alguém deve estar fazendo uma brincadeira com a Cris por causa de seu papel”. Outras duas atrizes, Solange Couto e Jandira Martini, também teriam sido furtadas. Ninguém no elenco, entretanto, formaliza qualquer denúncia. A direção da emissora garante que também não está acusando Lucy nem punindo. A atriz, por sua vez, conta que na última semana foi comunicada pelo diretor-geral da novela, Marcos Schechtman, de seu imediato afastamento. “Ele disse que gostava de mim, mas que ele e a Glória (Perez, autora da novela) acharam melhor me tirar de cena para evitar desgastes”, conta ela, excluída dos capítulos 187, 188 e 190 da novela, cujos roteiros já havia recebido. “Estou queimada no mercado”, lamenta. A Globo afirma que Lucy continuará recebendo pela sua participação na novela, que termina em duas semanas, e que, se a atriz não aparecer mais no vídeo, terá sido “por questões dramatúrgicas”. No folhetim, os espectadores podem não dar pela falta de Claudete, mas a novela da vida real promete novos capítulos (Isto É)

RESIDENCE AT SEA

RESIDENCE AT SEA, condomínio de luxo flutuante já está navegando. O navio, construído na Noruega, foi entregue no dia 31 de Janeiro. De acordo com o presidente Fredy Dellis, o primeiro navio do seu tipo, tem 110 apartamentos inteiramente equipados oferecidos para a venda com leaseholds de 50 anos. O mundo embarca fez a sua viagem inaugural partindo da Inglaterra no dia 25 de fevereiro, e fez paradas em Hamburgo e em Lisboa a caminho dos Estados Unidos.Cada apartamento Condo terá uma cozinha equipada, 2-3 bedrooms, cada um com um banho, uma área e varanda, com a hidromassagem opcional. O navio terá um centro do negócio e de conferência com facilidades de comunicações e máquinas de escritório modernas, o acesso secretarial dos serviços, do fax e do modem estarão disponíveis em cada apartamento.O itinerário de amostra para o oceano índico e no pacífico sul visitando, Burma Tailândia Vietnam, Hong Kong, China, Japão, Coreia, Phillippines, Fiji, América central, Equador, México, Florida, Carribe, Nova Guiné, Canal de Suez, Egito Israel, Chipre, Turquia, Greece, France, Italy, Malta, África, Austrália, Nova zelandia, Indonésia, Malaysia, Sri Lanka e India.Também disponível será o serviços de 24 horas incluindo a equipe de funcionários do concierge, o serviço das tarefas domésticas, a segurança e o serviço médico, o catering, o salão de beleza, a agência de cursos, limpeza e a lavanderia. Cada residente terão seus próprios móveis e podem cozinhar suas próprias refeições se desejado. Além da vida noturna em cada porto, o residence at sea terá sete restaurantes e cafés, uma variedade de lounges, um casino, um nightclub, teatro, cinemas e concerts. Há seis andares de assoalho padrão incluindo as residências de cobertura. Os apartamentos feitos sob encomenda também podem ser criados combinando duas ou mais unidades.O itinerário do Residence at Sea focalizará os destinos que caracterizam eventos principais, incluindo o festival de Cannes, a Copa das Americas, o carnaval do Rio de Janiero e o Grand Prix de Monaco. Após os primeiros dois anos, os residentes poderão votar nos destinos. As taxas da manutenção variam de acordo com a metragem da unidade. Para uma residência de 1.100 pés-quadrados, as prestações mensais serão de aproximadamente US$5.000. Incluem custo operacional e serviço diário da empregada doméstica, da manutenção, da sociedade do clube de Residentes, dos salários dos funcionarios, do seguro, eletricidade e todos os outros custos do navio. As três plataformas superiores do navio incluirão o clube de ResidenSea, uma área de 175.000 pés quadrados que abrigam jantar, entretenimento, atividades, relaxamentos e compras.

China: Número de super-ricos sobe de três para 10 em apenas um ano

O número de bilionários da República Popular da China subiu de três para 10, de acordo com a lista dos mais ricos do país hoje publicada na edição asiática da revista financeira Forbes.As 100 pessoas mais ricas da China detêm uma fortuna de 41 mil milhões de dólares americanos (34,3 mil milhões de euros), quase um quarto do Produto Interno Bruto de Portugal em 2004 (167,9 mil milhões de euros).A fortuna média dos 100 mais ricos da China foi de 29 mil milhões de dólares em 2004, e um comunicado da Forbes atribui o crescimento ao "forte crescimento económico da China e ao enorme apetite pela China dos investidores estrangeiros".O mesmo comunicado refere que os investidores internacionais têm mais confiança em injectar fundos em empresas da China, o que faz aumentar o valor dos activos no país e, portanto, o valor das companhias e das pessoas que as detêm.Rong Zhijian, 63 anos, presidente da holding CITIC Pacific Group, cotada na bolsa de Hong Kong, lidera a tabela dos mais ricos pelo segundo ano consecutivo, com um valor de 1,64 mil milhões de dólares, mais 150 milhões que no ano anterior.
Em segundo lugar está o investidor imobiliário Zhu Mengyi, 46 anos, que em 2004 estava em décimo lugar e viu a sua fortuna triplicar no último ano para os 1,43 mil milhões, graças à valorização do sector imobiliário.O terceiro da lista, com uma fortuna estimada em 1,267 mil milhões de dólares, é Ding Lei, 34 anos, fundador da empresa de novas tecnologias Internet Portal NetEase, cotada no índice tecnológico Nasdaq da Bolsa de Nova Iorque.O número 200 da lista do ano passado tinha uma fortuna avaliada em 80 milhões de dólares, enquanto que este ano a mesma posição tem 123 milhões.Mais de metade das 400 pessoas listadas na Forbes têm os seus negócios em apenas quatro regiões da China - na província de Zhejiang no sudeste do país, na província de Guangdong, no sul, que faz fronteira com Macau, em Xangai e em Pequim.O sistema económico da China é caracterizado pelo governo como "uma economia de mercado de características socialistas".

Britânicos querem cinco anos de prisão para condutores negligentes

Num acidente mortal, a falta de carta ou de seguro também merecerá cadeia O Governo britânico quer estabelecer uma pena de prisão até cinco anos para condutores responsáveis por mortes nas estradas devido a condução negligente. Até agora, o descuido ao volante é apenas sancionado com uma multa. As medidas anunciadas esta semana prevêem também a existência de um novo tipo de crime para os condutores sem carta, com título caducado ou sem seguro. Se houver homicídio, a pena de prisão prevista para quem estiver em situação irregular será de dois anos, mesmo que não tenha existido qualquer erro por parte de quem guiava. O projecto de lei será agora discutido no Parlamento, onde se espera que fique definido o conceito de "condução negligente". A actual lei britânica já prevê uma pena de prisão até 14 anos para casos de homicídio devido a condução perigosa. Mas a sanção máxima para a condução negligente é uma coima de 2500 libras (cerca de 3680 euros). O reforço das penalizações para os condutores responsáveis por mortes há muito que são reclamadas por activistas de segurança rodoviária e por famílias de vítimas que viram automobilista sair livres dos tribunais depois de as acusações de homicídio terem falhado. A secretária de Estado responsável pela justiça criminal, Fiona Mactaggart, sublinha que as medidas visam criar uma malha legal para lidar com a má condução. "Muitas vezes, as famílias que perderam os seus entes queridos por causa de um condutor negligente viram que ele leva apenas uma multa", disse a ministra. Com a nova legislação, os tribunais podem actuar de forma mais adequada face às consequências fatais de determinados comportamentos na estrada. "Agora podemos ter uma condenação [a pena de prisão] se houver álcool, mas não podemos tê-la se o condutor for sóbrio e estiver a conduzir de forma negligente", acrescentou a responsável, citada pelo jornal The Guardian. A associação britânica de segurança rodoviária - Brake - aplaude o endurecimento das penas. "Demasiadas vezes vemos condutores que matam, devastam famílias e comunidades, devido a comportamentos imprudentes e egoístas ao volante, e escapam com apenas uma multa", afirmou a porta-voz da organização, Amie Bowen, à BBC on-line.

Senado dos EUA autoriza exploração petrolífera em refúgio natural do Alasca

Rita Siza, Washington
Organizações ecologistas começaram já uma intensa campanha para evitar a mudança da legislação, contestando os argumentos apresentados pelos republicanos
O Senado norte-americano aprovou a realização de trabalhos de prospecção e exploração de petróleo e gás natural em várias áreas naturais protegidas do estado do Alasca. Determinou, ao mesmo tempo, que os produtos combustíveis resultantes dessa actividade não poderão ser exportados para outros países. A proposta foi incluída num vasto plano de corte de despesas para os próximos cinco anos, que prevê reduções drásticas numa série de programas federais e que, segundo os cálculos avançados pelos republicanos, permitirá uma poupança de 39 mil milhões de dólares.O Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Árctico, no Alasca, é das regiões ecologicamente mais preservadas dos Estados Unidos. É também uma das áreas mais ricas em recursos energéticos, cuja exploração tem permanecido, até agora, uma miragem para as principais companhias petrolíferas americanas. As várias tentativas políticas para autorizar a prospecção no Alasca nunca passaram no Congresso, que nas várias vezes que foi solicitado a pronunciar-se manteve a proibição vigente da extracção em reservas ecológicas e naturais. Na quinta-feira passada, uma derradeira tentativa de manter a questão petrolífera do Alasca de fora do pacote legislativo da revisão orçamental, subscrita pela senadora democrata Maria Cantwell, acabou por ser derrotada numa votação tangencial que registou 51 votos a favor e 48 contra. Desta vez, os argumentos usados pela maioria republicana para justificar o recurso ao petróleo do Alasca parecem ter maior aceitação junto da opinião pública americana, confrontada com a crescente escalada do preço dos combustíveis.
"É tempo de fazermos alguma coisa em relação à nossa dependência de petróleo. Os americanos têm aqui uma oportunidade de reduzir a factura que pagam nas bombas de gasolina", sublinhou o senador republicano Pete Domenici. E acrescentou que o início da actividade petrolífera no Alasca não só beneficia o país em termos económicos como ainda é uma questão de defesa e segurança nacional. As estimativas apresentadas por Pete Domenici são impressionantes: pelos seus cálculos, a abertura de plataformas na região do Alasca permitirá a criação de novos 736 mil postos de trabalho e evitará a importação de dez mil milhões de barris de petróleo. As receitas para o país serão, e ainda de acordo com os mesmos estudos, superiores a 2,5 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos.As principais organizações do movimento ecologista começaram já uma intensa campanha para evitar a mudança da legislação, contestando os argumentos apresentados pelos republicanos. "Dentro de 20 anos, quando a produção petrolífera no Árctico estiver no seu pico, as poupanças no preço da gasolina serão da ordem dos dez cêntimos por galão. É evidente que a nossa independência energética não se conseguirá à custa da autorização da exploração petrolífera em santuários ecológicos ou em zonas de risco de furacão", criticou o director executivo do Sierra Club, Carl Pope.
Bush já saudou a decisão
O Presidente dos EUA, George W. Bush, é um acérrimo defensor da prospecção energética no Alasca e saudou já o Senado pela sua aprovação da lei. Mas a proposta de lei terá ainda de passar pela Câmara de Representantes, onde os campos que se opõem e que apoiam a legislação estão mais extremados. O desfecho da votação permanece, por enquanto, totalmente imprevisível, uma vez que vários congressistas republicanos estão entre as fileiras daqueles que pretendem impedir a exploração energética do Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Árctico.
No entanto, alguns dos congressistas que promovem a legislação acrescentaram à proposta a revogação da moratória de 24 anos que inviabiliza a abertura de plataformas offshore ao largo do parque natural do Alasca (Publico)

Pequim aconselha habitantes a ficar em casa por causa da poluição

Faltam pouco menos de mil dias para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e a cidade ainda tem um enorme desafio pela frente: livrar-se da sua grave poluição atmosférica. Na sexta-feira passada, a situação estava tão má que as autoridades locais recomendaram aos habitantes que não saíssem muito de casa, especialmente idosos, crianças e pessoas com problemas respiratórios.Foi o pior pico de poluição em seis meses, segundo noticiou o jornal Beijing News, citado pela AFP. Evitar que isto não ocorra dentro de três anos, durante os Jogos Olímpicos, é tudo o que as autoridades de Pequim desejam.Não será fácil. As metrópoles chinesas têm enormes problemas com a qualidade do ar. Um artigo dos investigadores Jiming Hao e Litao Wang, publicado em Setembro no Journal of the Air & Waste Management Association, diz que 340 milhões de pessoas - três quartos da população urbana da China - estão expostos a limites de poluição prejudiciais à saúde. Só um terço das grandes cidades chinesas cumprem as normas aceitáveis de qualidade atmosférica.O tipo de poluição, segundo Hao e Wang, está a mudar. Antes, dominavam os óxidos de enxofre, provenientes sobretudo da queima do carvão e um dos ingredientes básicos para as chuvas ácidas. Agora, há um cocktail mais variado de poluentes em excesso. O mais preocupante são as partículas.
A boa notícia é que o aumento da poluição está a ser menor do que o da economia. Desde 1996, a China tem tido taxas anuais de crescimento entre 7 a 10 por cento. Mas a emissão de poluentes para a atmosfera subiu a um ritmo menor ou até desceu nalguns casos.
Pequim lançou, em 1998, um programa de medidas progressivas para reduzir a poluição. Está a conseguir resultados - a concentração média de dióxido de enxofre já é quase aceitável - mas tem ainda muito a fazer. O consumo de carvão não está a baixar. E a frota automóvel sobe em flecha. Havia 500 mil veículos em 1990, saltaram para dois milhões em 2003 e poderão ser 3,5 milhões em 2008, ano dos Jogos Olímpicos.Mais carros significam mais poluição por partículas e por óxidos de azoto. Este último composto está na base da formação, em dias de muito sol e calor, do ozono - um gás necessário na estratosfera, para proteger a Terra dos raios ultra-violeta, mas nocivo ao nível do solo, pois provoca problemas respiratórios. Uma investigação publicada na revista Nature no princípio de Setembro mostra claramente, através de imagens do satélite Envisat, uma grande concentração de óxidos de azoto sobre Pequim e o Nordeste da China. É a maior mancha deste poluente no mundo, segundo o artigo.

Os arquivos Mitrokhin

Vasili Nikitich Mitrokhin foi durante 40 anos major e arquivista-mor do KGB, a agência de espionagem da defunta União Soviética, até que em meados dos anos 90 fugiu para o Ocidente. Nos últimos anos que passou na URSS, dedicou-se a contrabandear para a Grã-Bretanha documentos dos serviços de espionagem numa quantidade e qualidade espantosas. Não é um exagero: o FBI norte-americano chamou-lhe "o mais completo e extenso conjunto de informações jamais recebido de qualquer fonte".Era tão extraordinário o acervo que era difícil acreditar que fosse verdadeiro. Quando Mitrokhin, em 1992, com 70 anos, chegou à embaixada dos EUA na Letónia e mostrou uma amostra do material que tinha (para trocar por asilo político), a CIA teve tantas dúvidas que o mandou para trás. O MI6 britânico foi menos céptico, ou mais competente, ou as duas coisas. Ao longo de dois anos, foram retiradas da Rússia mais ou menos 25 mil páginas de arquivos que ele escondera. Em Londres, Mitrokhin contactou em 1995, com o jornalista Christopher Andrew e propôs-lhe que escrevessem um livro com base nesses documentos. O resultado, publicado no fim da década, foi O Arquivo Mitrokhin: o KGB na Europa e no Ocidente, 700 páginas com muitas novidades.
Foi um best-seller e os direitos de autor ajudaram Mitrokhin e os seus a viverem com conforto no Reino Unido. O velho burocrata morreu em Janeiro do ano passado e surge agora um novo fruto, póstumo, do seu trabalho com Andrew, um Arquivo Mitrokhin parte II, chamado O KGB e a Batalha pelo Terceiro Mundo. As primeiras críticas não são de um entusiasmo contagiante. Robert G. Kaiser, do Washington Post, falou de frustração por não ter encontrado "surpresas ou sensações assombrosas".Mas Kaiser não deixa de sublinhar que há muitos episódios curiosos revelados sobre a conquista de influência - paga em dinheiro - da URSS na América Latina (do Chile de Allende à Nicarágua sandinista) ou em África (do Egipto de Nasser à Angola de Neto). E assinala outro aspecto mais do que curioso: entre os burocratas-espiões do KGB existia a convicção de que a Guerra Fria se inclinava para o lado de Moscovo, mas no Comité Central, o conjunto de anciãos que geria o império, era o pessimismo que imperava. Os ingredientes parecem suficientes para tornar apetecível a "obra póstuma" (Publico)

Relatório da Agência Internacional garante que mundo tem energia suficiente até 2030

Se o mundo seguir a tendência actual terá recursos energéticos suficientes até 2030, apesar do aumento da procura em 50 por cento, informa o relatório "World Energy Outlook 2005" da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgado hoje.Este ano, o relatório que apresenta as análises e previsões detalhadas até 2030 centra-se nas regiões estratégicas do Médio Oriente e do Norte de África.Dois terços do aumento da procura até 2030 serão da responsabilidade dos países em desenvolvimento.A procura mundial em 2030 atingirá 16,3 mil milhões de toneladas do equivalente em petróleo (tep), segundo um cenário de referência, baseado na hipótese das políticas energéticas actuais seguirem as tendências registadas.Mas, segundo a AIE, serão necessários investimentos de 17 mil milhões de dólares (14,3 mil milhões de euros) no sector energético para garantir o abastecimento. O maior desafio será o financiamento dos países que não são membros da OCDE, salientam os autores.A agência prevê que os preços do petróleo, depois de terem atingido um pico de 65 dólares em Setembro de 2005 deverão cair para os 35 dólares em 2010, graças às novas capacidades de produção, antes de voltarem a subir para 39 dólares em 2030.Os responsáveis da AIE apelam aos países consumidores para que reduzam a sua dependência energética e aos produtores para aumentarem os seus investimentos.Os combustíveis fósseis vão continuar a ter um papel dominante. A procura de petróleo vai passar de 84 milhões de barris por dia actualmente para 115 milhões em 2030. Quanto ao carvão, a procura vai crescer anualmente 1,4 por cento para atingir 7,3 mil milhões de toneladas em 2030. As energias renováveis são conhecer o crescimento mais rápido, à razão de mais de 6,2 por cento ao ano. No entanto, a sua contribuição para o total será inferior a dois por cento.O relatório alerta que, se não forem tomadas medidas, as emissões globais de gases com efeito de estufa (GEE) deverão aumentar 52 por cento até 2030.“Estas tendências e estimativas têm graves implicações e levam a um futuro que não é sustentável”, disse o director da agência, Claude Mandil, citou a BBC online. “Temos de alterar estes números e colocar o planeta num caminho mais sustentável” (AFP, PUBLICO.PT )

Coreia do Norte abre a porta a Harry Potter e Britney Spears, mas para uma elite

Audra Ang, Pyongyang

A estudante de 20 anos tem o ar de quem não percebeu. "Se ouvi falar de Harry Potter?", interroga, com um pastel de vegetais na mão, no Restaurante Amizade Cultural de Pyongyang, a capital da Coreia do Norte. "De que país é ele?. Quando a amiga se ri, Paek Su Ryon percebe finalmente. "Ah, o livro!", responde, a corar. "Gosto muito".Num país que nega aos seus habitantes o uso de telemóveis e reduz o acesso à Internet, e que avalia o grau de pureza ideológica de cada palavra impressa ou falada, o mundo mágico de Harry Potter está a tornar-se conhecido nos estratos superiores da sociedade. Como Britney Spears, o filme Titanic e roupas mais modernas.
"Há sem dúvida uma cultura jovem emergente em Pyongyang", afirma Brian Myers, norte-americano, professor assistente de Estudos Coreanos na Universidade de Inje, na Coreia do Sul. "Filhos e filhas de famílias bem relacionadas tem mais acesso do que os outros ao mercado negro de produtos culturais da Coreia do Sul, da China e do Ocidente. Estes estudantes começaram a imitar as roupas, os penteados e o calão da Coreia do Sul a um tal ponto que o partido [comunista] está preocupado.Para os jornalistas e professores que fazem raras visitas à Coreia do Norte, todas cuidadosamente planificadas, é quase impossível avaliar o impacto total da cultura pop naquele que é a mais vigiada sociedade do mundo. Mas encontros com jovens como Paek e a colega Yon Ok Ju, filhas de funcionários governamentais, encerram muitas surpresas.Paek tem um gancho azul no cabelo e um casacão beige e traz uma mala de plástico cor-de-rosa, num contraste gritante com a moda que prevalece na capital. No terceiro ano de Estudos Estrangeiros da Universidade de Pyongyang, estuda inglês, fala a língua com fluência e recebeu a incumbência, em conjunto com Yon, de fazer de tradutora para um grupo que visita os pontos de interesse histórico da cidade. Mas, às vezes, a conversa desvia-se para coisas mais fúteis.Fica a saber-se, por exemplo, que Paek é capaz de tocar ao piano o tema do Titanic, embora também seja fã dos Pochonbo Electronic Ensemble, um grupo pop em versão norte-coreana (Pochonbo, aliás, é o nome de uma aldeia onde Kim Il-Sung, o fundador do país, combateu os japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, segundo a mitologia comunista). Além disso, Paek já leu Jane Eyre e Romeu e Julieta.Yon, filha de um funcionário do Comércio Externo, viveu na Índia durante três anos. Diz que prefere as séries, documentários e programas de viagens da televisão do Estado às coisas do ocidente: "Cada canção norte-coreana, cada filme, tem um significado. Os filmes e canções ocidentais não dizem grande coisa".Peter Beck, que trabalha em Seul para o International Crisis Group, um think-tank independente, conta que norte-coreanos que encontrou há pouco tempo em Pyongyang se mostraram "muito curiosos sobre música, sobre cultura... sobre política, sobre o que o Ocidente pensa da Coreia do Norte".
Na biblioteca central de Pyongyang, Beck viu milhares de livros doados por países estrangeiros e uma sala de música onde a oferta ia de Mariah Carey aos Beatles. Uma estudante confessou-lhe que já tinha ouvido uma canção de Britney Spears. Numa sala com computadores, Beck viu raparigas vestidas à moda a conversarem com amigas através de uma rede interna. "Não há uma cultura pop no sentido ocidental da palavra; toda a cultura é controlada pelo Partido dos Trabalhadores e subordinada a metas partidárias", esclarece Myers. "Mas a Coreia do Norte está agora numa fase pós-totalitária. Mesmo que o partido mantenha o controlo de todos os media, está a produzir mais filmes, programas de televisão e canções virtualmente desprovidas de conteúdo político".O líder do país, Kim Jong-il, é reconhecidamente um cinéfilo, patrocinador do Festival de Cinema de Pyongyang que, de dois em dois anos, permite a um grupo seleccionado assistir a filmes de proveniências distantes, como o Egipto, o Irão e a Argélia. O ano passado, por exemplo, o público pôde ver uma exibição de "Bend It Like Beckham", um filme britânico sobre uma rapariga que joga futebol - ainda que a fita tenha sofrido cortes (Publico)

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