LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Achados mostram que os primeiros humanos chegaram a Inglaterra há 700 mil anos

Trinta e dois instrumentos de pedra, fabricados por humanos há 700 mil anos, foram descobertos no Sul de Inglaterra. Este achado revela que chegaram ao Nordeste da Europa muito mais cedo do que se supunha - pelo menos 200 mil anos antes -, diz hoje uma equipa de cientistas na revista Nature. Sabia-se já, desde 1994, que os primeiros humanos chegaram à Europa ocidental há 780 mil anos. Na Serra de Atapuerca, perto de Burgos, em Espanha, encontraram-se ossos humanos dessa idade. Eram os primeiros europeus ocidentais, pois até aí nessa parte da Europa não havia ninguém. Para a equipa espanhola que os descobriu, tratava-se de uma nova espécie de homem, a que chamou Homo antecessor, por ser o antepassado comum da nossa espécie e dos Neandertais. Supunha-se, no entanto, que os humanos se tinham limitado às regiões mais quentes do Sudoeste. Só se teriam aventurado para as áreas mais frias do Nordeste da Europa uns 200 mil anos mais tarde. É o que indicavam as provas mais antigas, até agora, da presença de humanos no Nordeste europeu: no início dos anos 90, encontrou-se o fragmento de uma tíbia e dentes humanos com 500 mil anos - da espécie Homo heidelbergensis -, na jazida de Boxgrove, também no Sul de Inglaterra. Foi então considerada uma prova forte da presença humana no Nordeste da Europa, para lá dos Alpes, e juntava-se a um maxilar humano dessa idade encontrado, no início do século passado, em Mauer, perto de Heidelberg (Alemanha). Até à descoberta fabulosa de Atapuerca, eram os fósseis humanos mais velhos na Europa ocidental. Agora, as ferramentas de pedra provam que, afinal, os primeiros europeus foram mais temerários e espalharam-se por todo o lado, embora não se tenham descoberto ossos. Encontradas na jazida de Cromer Forest, perto da povoação de Pakefield, na arriba de uma praia, as ferramentas, com dois centímetros cada uma, têm marcas de terem sido feitas por humanos, diz a equipa de Simon Parfitt e Anthony Stuart, da University College, em Londres. Estavam enterradas em sedimentos oriundos de rios que, na altura, vinham do Centro e Leste de Inglaterra e desaguavam no Mar do Norte. "Representam as provas mais antigas inequívocas da presença humana a norte dos Alpes", diz agora a equipa. Terão servido como facas e serras: "Não ficaria surpreendido se alguns dos gumes afiados revelarem provas microscópicas de terem sido usados para desmembrar animais, que devem ter feito parte da dieta humana naquele ambiente", comenta, também na Nature, Will Roebroeks, da Universidade de Leiden, na Holanda. "A descoberta de Pakefield vai influenciar a compreensão da ocupação humana da Europa. Mas é uma advertência de que temos de ser cuidadosos ao considerar a ausência de provas como prova da ausência", acrescenta. A equipa encontrou ainda provas nos sedimentos - fósseis de plantas e insectos sensíveis ao frio - que permitiram reconstituir o ambiente onde viveram os fabricantes das ferramentas. Há 700 mil anos, o Sul de Inglaterra era muito diferente: além de estar ligado à Europa, o clima era ameno, antes de a região ser invadida por glaciares, há 450 mil anos. As temperaturas mais altas chegavam aos 23 graus Celsius e as mais baixas iam até aos seis negativos. Como revelam outros fósseis nos sedimentos, tigres-dentes-de-sabre, leões, veados gigantes, mamutes, elefantes ou hipopótamos também viviam ali.

1 Comments:

Anonymous katia de lima said...

o valeu me ajudou muito com a minha pesquisa...

2:20 da manhã  

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