LIBERTAÇÃO

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segunda-feira, dezembro 19, 2005

Presidente do Irão diz que o Holocausto "é um mito"

Numa escalada de desafios a Israel, o Presidente iraniano, Mohammed Ahmadinejad, disse ontem que o Holocausto é um "mito" que serviu aos europeus para implantarem um Estado judaico no Médio Oriente. "Criaram um mito a que chamam "o massacre dos judeus" e consideram-no um princípio acima de Deus, religiões e profetas", afirmou Ahmadinejad, num discurso perante milhares de pessoas, em Zahedan, Sudeste do Irão, transmitido em directo pela TV. É a terceira vez nas últimas semanas que este membro da linha dura publicamente ataca Israel. No fim de Outubro, declarou que o país devia ser "apagado do mapa" e, na semana passada, sugeriu que fosse transferido para a Alemanha ou Áustria. Agora, negou explicitamente o Holocausto e voltou a insistir na transferência. "Se vocês [europeus] cometeram esse grande crime [Holocausto], porque tem a oprimida nação palestiniana de pagar o preço?" E Ahmadinejad apresentou a sua "proposta", numa versão geográfica alargada: "Dêem-lhes [aos judeus] uma parte da vossa própria terra na Europa, nos Estados Unidos, Canadá ou Alasca."O repúdio foi geral. "Esperamos que estes comentários extremistas façam a comunidade internacional abrir os olhos e abandonar as suas ilusões em relação a este regime", apelou Mark Regev, porta-voz do Ministério israelita dos Negócios Estrangeiros. As declarações do líder iraniano são "escandalosas", disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan. "Completamente inaceitáveis", resumiu a porta-voz da Comissão Europeia, Emma Udwin. "Chocantes e inaceitáveis", reagiu por seu turno o ministro alemão dos Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, sublinhando que este novo ataque verbal vai pesar no, já tenso, diálogo sobre a capacidade bélica do Irão.O Ocidente está preocupado com o programa nuclear iraniano e prevê-se um retorno às negociações dia 21, em Viena, com responsáveis britânicos, franceses e alemães."Garanto que não vamos recuar um centímetro nos nossos direitos nucleares", disse Ahmadinejad. E acusou os governos ocidentais de servirem Israel, ao criticarem o Irão. "Se alguém nega a existência de Deus ou dos profetas e da religião, não é incomodado. Mas se alguém nega o mito do massacre dos judeus, todas as bocas sionistas e os governos subservientes ante os sionistas rasgam as suas laringes e gritam contra a pessoa tanto quanto podem." Não é uma "nova estratégia"Peritos israelitas - como David Menashri, responsável pelos estudos iranianos na Universidade de Telavive - não vêem o anúncio de uma estratégia nas frases de Ahmadinejad, mas antes a sua inexperiência política e diplomática. "Não creio que ele esteja a sugerir uma nova estratégia para lidar com Israel", concorda Ephraim Kam, vice-director do Jaffee Center for Strategic Studies, de Telavive, que tem estudado o Irão e a ameaça nuclear. "Ele está a cometer um grande erro, para o qual vejo duas explicações. Primeiro, inexperiência. Não há dúvida de que acredita no que diz, e nisso não está sozinho, e como é um radical inexperiente não está preocupado com as reacções do mundo e os danos que possam causar ao regime. Depois, é um desconhecido a nível nacional e pode estar a tentar consolidar a sua posição, crê que pode ganhar simpatia assim."Ex-autarca da Câmara de Teerão, Ahmadinejad foi surpreendentemente eleito presidente, em Junho, sucedendo ao reformista Mohammad Khatami. A inflexibilidade quanto ao nuclear já vem de trás, nota Ephraim Kam, considerando que Israel não deverá alterar a sua política. "O Irão está em condições de controlar o enriquecimento de urânio dentro de meses. Mas demorará alguns anos a ter uma bomba. A prioridade israelita é parar o programa nuclear de Teerão, mas sem estar na linha da frente, deixando esse papel a quem pode dialogar com eles, o que é correcto."Kam julga "um disparate" a investigação do jornal britânico Sunday Times, no último fim-de-semana, segundo a qual o primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, deu "luz verde" a um ataque, terrestre e aéreo, a instalações nucleares iranianas no fim de Março. Esse plano estaria a ser preparado a partir de uma base israelita no Norte do Iraque. "Uma coisa é Israel ter um plano básico de operações militares face a um regime que o ameaça, o que é normal. Mas não acredito que haja ordem de Sharon para atacar em Março."Israel negou os pormenores do artigo, mantendo em aberto a opção de um ataque. "Não podemos dizer à partida que qualquer opção para o futuro é de excluir", disse Amos Gilad, responsável do Ministério israelita da Defesa. "Mas o plano específico descrito no artigo [datas, operações no Norte do Iraque] não é correcto." Ephraim Kam crê que seria "muito mais difícil" a Israel atacar as instalações iranianas do que foi atacar as iraquianas, em 1981.

1 Comments:

Blogger Unknown said...

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