LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

segunda-feira, dezembro 19, 2005

A série maldita

Os argumentistas da série «Os Sopranos» bem podiam inspirar-se na vida real de três das personagens por si criadas para dar continuidade ao enredo da tão aclamada «novela» americana. Lillo Brancato Jr., 29 anos, Vincent Pastore, 59, e Robert Iler, 20, provaram que estudaram bem os guiões da mafiosa série. E ainda levaram trabalho para casa.Brancato foi o último a encarnar na vida real a personagem, neste caso a do mafioso Matt Bevilacqua, ao assaltar, sábado, uma casa desabitada em Nova Iorque, juntamente com um cúmplice armado, Steven Armento, de 48 anos. Os dois foram apanhados em flagrante por um polícia - na altura fora de serviço - que ao ouvir um vidro a partir-se ligou de imediato para o 911 (o número das emergências) e entrou em acção no terreno.Resultado: o polícia Daniel Enchautegui, 28 anos, foi baleado no peito, acabando por morrer. E os criminosos encontram-se em estado crítico no hospital, Armento com ferimentos provocados por quatro balas e Brancato por duas. O atirador enfrenta agora a acusação de homicídio em primeiro e segundo grau, enquanto o actor é acusado de homicídio em segundo grau. Lillo, que já tinha sido preso há apenas uma dezena de dias por «má conduta» e ainda em Junho passado por posse de heroína, é o terceiro actor de «Os Sopranos» a apresentar cadastro criminal. Em 2001, Robert Iler - que interpretava Anthony Soprano Jr., o filho do protagonista Tony - foi preso, aos 16 anos, pelos crimes de roubo e posse de marijuana, juntamente com outros três adolescentes.

Três mafiosos na vida real: Robert Iler, preso por roubo e posse de droga...

Nova Iorque continuou a ser o cenário dos crimes, ficcionados ou reais, do jovem Robert Iler. Na série, o filho rebelde de Tony Soprano esteve em risco de ir para uma escola militar, depois de ter vandalizado uma piscina e de ter roubado um teste de Geometria. Nada de novo, portanto. Da ficção para a realidade também Vincent Pastore, o «gangster» que tinha em «Os Sopranos» o sugestivo nome de Salvatore «Big Pussy» Bonpensiero, assumiu o feitio violento que lhe era conhecido na tela, ao esmurrar em Abril passado a sua ex-noiva, Lisa Regina, 44 anos. Ao que parece, Pastore fartou-se de esperar no carro por Lisa - sujeito a uma multa de estacionamento, conforme justificou -, e quando ela apareceu a fúria veio ao de cima. Numa rua de Little Italy, em Manhattan, o actor bateu-lhe com tanta força na cabeça, que a cara da sua «ex» foi embater na caixa de velocidades do carro, deixando-a com profundos cortes e escoriações. Para não cumprir a pena prevista pela agressão - um ano de prisão -, Pastore teve que prestar 70 horas de serviço comunitário, assistir a um curso de controlo de raiva e pagar uma multa de quase 200 euros. É caso para se dizer que as personagens foram escolhidas a dedo para a carismática série sobre a máfia italo-americana. Há pelo menos três que nem precisavam de caracterização. Aguardam-se novos episódios...
Texto de Filipa Moroso (Expresso)

Sorriso misterioso de Mona Lisa era de felicidade

Toby Sterling, Amsterdão
O misterioso meio sorriso que há séculos intriga os que olham para a Mona Lisa, talvez o quadro mais famoso do mundo, não é afinal assim tão difícil de interpretar, afirmam investigadores holandeses.Ela sorria porque estava feliz - mais exactamente, 83 por cento feliz, asseguram cientistas da Universidade de Amesterdão.Naquilo que descreveram como uma demonstração divertida de tecnologia, mais do que uma experiência séria, os investigadores sujeitaram uma reprodução do quadro a um programa de "reconhecimento de emoções" desenvolvido em conjunto com a Universidade de Illinois, nos EUA.O resultado mostrou que a figura pintada por Leonardo da Vinci estava 83 por cento feliz, 9 por por cento aborrecida, 6 por recento receosa e 2 por cento irritada. Tinha menos de um por cento de sentimentos neutros e a surpresa era nenhuma.Leonardo começou a pintar o quadro, agora a maior atracção do Louvre, em Paris, em 1503. Crê-se que a obra, também conhecida como Gioconda, representa a mulher de Francesco del Giocondo.O professor Harro Stokman afirmou que os investigadores tinham a perfeita consciência de que os resultados não serão científicos - o software não está construído para registar emoções subtis. Por isso não é capaz de detectar os sinais de sugestão sexual, ou de desdém, que muitos têm lido nos olhos da Mona Lisa. Além disso, a tecnologia foi desenvolvida para ser utilizada em filmes e imagens em suporte digital.Mas Stokman acredita que, com um valor de 83 por cento, é claramente felicidade a principal emoção da mulher. O investigador chefe Nicu Sebe envolveu-se no trabalho com a maior seriedade, obtendo uma imagem de base através do uso de uma composição dos rostos de dez mulheres com ascendente mediterrânico."Basicamente - explicou - é como lançar uma teia de aranha sobre um rosto, para o decompor em pequenos fragmentos", assinalou Stokman. "Depois, observam-se diferenças diminutas na abertura das narinas ou na profundidade das rugas em redor dos olhos."Stokman assinalou que o software é inútil para esclarecer teorias controversas sobre o quadro. Uma delas é a de que a Mona Lisa é afinal um auto-retrato de Leonardo sob a forma de uma mulher. "Mas, quem sabe, dentro de 30, 40, ou 50 anos até talvez sejam capazes de dizer o que é que ela estava a pensar naquele momento", ironizou o investigador holandês.
Jornalista da Associated Press

AMNA RECUSA SER NOIVA VANI

Casamentos forçados para compensar "crimes de sangue" entre famílias rivais no Paquistão significam frequentemente maus tratos e morte. Na povoação de Khushab, há três irmãs a recusar o destino que lhes foi traçado, tentando deste modo forçar o Governo a impor a ilegalização de um costume tribal. Se não conseguirem, fizeram um pacto para se suicidarem.Por Graham Usher, em Sultanwala, Mianwali e Khushab (Paquistão)
Vivem numa espécie de exílio - três irmãs, três irmãos, uma mãe e um pai numa casa "segura" de Khushab, no Punjab setentrional paquistanês. Mesmo dentro de casa há um sentimento de sequestro. Como jornalista não posso falar directamente com as mulheres - uma colega tem de fazer a entrevista por mim. Mas posso ouvir as suas vozes. São esmagadoras."Vani é uma tirania", diz Amna, uma das irmãs. "Se tivermos de casar com aqueles rapazes, seria o mesmo que um assassínio. Sei que ao falar convosco dei um passo perigoso. Mas se não fizermos nada, o Governo não actuará. Para nós é uma espécie de jihad."Amna, Abda e Sajida Khan são noivas vani. Vani é um antigo costume tribal no Paquistão segundo o qual as raparigas são dadas em casamento para resolver um feudo de sangue entre duas famílias. Não se pretende que o vani seja nada mais do que um castigo, diz Zia-ullah Khan, um activista da comunidade local."Num casamento vani, não há toque de tambores, nem danças nem henna [tatuagem]. É como um funeral, porque a noiva vai sofrer até à morte. Será abusada, humilhada e geralmente tratada como escrava. Os pais rezarão pela sua morte, não só porque o vani, o crime, termina com a sua vida, mas também para a poupar."Ninguém sabe qual a difusão do vani no Paquistão. Não são mantidos registos oficiais e a sua prática é habitualmente desmentida. Na área de Mianwali, perto de Khushab, Zia-ullah diz que há 20 a 30 casos de vani numa comunidade de 30 mil pessoas. "Mas poderá haver muitos mais."Nos últimos seis anos, ele e outros têm estado a fazer campanha contra o vani. Em Janeiro deste ano, o Governo declarou finalmente a prática ilegal. Mas a lei é anulada por poderosas coligações de tradição, patriarcado e uma força policial que "não aprovam a emancipação das mulheres". É quase desconhecido que as vítimas do vani falem. Por isso é que Amna e as irmãs são tão importantes, diz Zia-ullah. "Se conseguirem, centenas de outras se seguirão."O seu calvário começou em 1991, quando Amna tinha 6 anos, Abda 4 e Sajida um. O seu tio, Mohammed Iqbal, abateu a tiro um primo na aldeia natal, Sultanwala. Um tribunal local considerou-o culpado de assassínio e condenou-o à morte. Nos quatro anos seguintes, viveu como um fugitivo, diz. Em 1995 foi convocado à jirga da aldeia, um conselho de anciãos formado por políticos locais, proprietários de terras e dirigentes religiosos, todos muito simpatizantes da família "agravada".Cinco minutos Pegando na arma que usou para matar o primo, Mohammed recorda a sentença. "O conselho era como uma gaiola. Disseram-me que para ser perdoado pelo assassínio devia entregar a minha filha em casamento, a filha de um dos meus irmãos e as três filhas de outro irmão. Concordei, por medo."O pai de Amna, Jehan Khan Niazi, estava na jirga. "Deram-nos cinco minutos para decidir e com uma arma apontada. Portanto, dei as minhas filhas em vani. Talvez tivesse sido cobarde, mas senti que a situação era perigosa." Amna não se lembra da sentença. "Tudo o que recordo é que a minha mãe chorou bastante", diz.Mas o pai tentou ultrapassar "a sangrenta tradição". Já levara a família para Khushab, a 80 quilómetros de Sultanwala. Fez isto não só por segurança, mas também para dar educação às filhas. "Há uma escola de raparigas em Sultanwala", diz. "E é usada para o gado."O investimento valeu a pena. Hoje Sajida está no último ano da escola, Abda está a preparar-se para um curso de Medicina e Amna faz um bacharelato em Literatura Inglesa. As três são apoiadas pelo pai. "Foram as raparigas que resistiram ao vani, não eu. Sou simplesmente o seu porta-voz", diz.O ano passado, a família rival esclareceu que se as raparigas não fossem dadas como noivas a vendetta seria renovada. Mohammed Aslan Khan é o tio do homem assassinado. Vive a menos de 400 metros da casa de Mohammed Iqbal, o assassino. Explica o que, para ele e para a sua tribo, é a lógica do caso."Somos aparentados e eles traíram-nos. Afrontaram a nossa honra. Segundo a nossa cultura pathan as raparigas já são nossas noras. Em qualquer caso, a lei contra o vani foi aprovada em 2005. O casamento foi acordado em 1995."Zia-ullah Khan pensa que a família rival pode ter razão. Tal como está redigida, é pouco claro se a lei é retroactiva. Em qualquer caso, não se pode levá-la à prática, declara, porque dá o mesmo castigo a quem fornece as noivas vani e a quem as recebe. "Não funciona. Nenhuma mulher no Punjab irá ao tribunal para ver os parentes detidos. É uma lei impossível."Amna e as irmãs não levam o caso ao tribunal. Apelam ao Supremo Tribunal do Paquistão e ao Presidente Musharraf e fazem-no por meio da imprensa. Até agora isto tem dado resultado. Têm sido escritos editoriais a seu favor, o serviço da BBC em língua urdu está a transmitir uma série de programas sobre vani, mulheres e organizações dos direitos humanos estão a fazer campanha vigorosa em seu nome. Mas os riscos são enormes. Arma junto à camaO mês passado, dois dos primos de Amna foram feridos a tiro quando andavam a lavrar os campos em Sultanwala. Quando ela vai à universidade, é acompanhada pelo irmão, que dorme com uma arma junto à cama. O pai ofereceu-se para deixar o emprego e vender a sua propriedade para indemnizar a família agravada. Sem resultado. "Se as raparigas recusam o casamento, a inimizade entre as duas famílias continuará e 200 pessoas morrerão", diz Mohammed Aslan Khan. "A paz depende deles."É talvez por isto que o caso das três irmãs está a ter impacto no Paquistão. Na essência coloca frente a frente dois sistemas antagónicos - um baseado na tribo, na tradição e na honra, outro na justiça, na lei e nos direitos. Ao falarem, Amna e as irmãs estão conscientemente a denunciar a hipocrisia do Governo."Penso que acabaremos por vencer", diz Amna. "Não será fácil. Será um longo processo. Poderá demorar anos. Mas temos o apoio da nossa família e de todas as mulheres do Paquistão. Também temos o apoio da nossa religião. Os estudiosos sabem que não existe promessa de vani no islão. E nós sabemos que ao seguirmos o caminho justo Deus nos dará força."Abda está menos certa de que a via que traçaram as levará à redenção. Apenas sabe que não querem seguir o caminho do Inferno."Se o Governo não actua para resolver o nosso caso, tanto por factos como pela lei, só há uma solução. Suicidamo-nos. Não estamos a brincar. Já fizemos o nossos pacto. Queimamo-nos vivas - não só em protesto contra o vani, mas para protestar contra os casamentos forçados, os assassínios pela honra e todas as outras opressões que as mulheres sofrem no Paquistão. Sei que alguns dirão que isto não é muçulmano. E têm razão - o suicídio não é islâmico. Mas o vani também não."

Prefeito da cidade brasileira de Biritiba-Mirim proíbe população local de morrer

O prefeito da cidade de Biritiba-Mirim, a 70 quilómetros de São Paulo, Brasil, enviou à assembleia municipal uma proposta que proíbe a população de morrer. A medida avançada por Roberto Pereira da Silva, também conhecido por Jacaré, foi anunciada devido ao facto de o cemitério local não ter capacidade para sepultar mais mortos. "Fica proibido morrer em Biritiba-Mirim. Os munícipes deverão cuidar da saúde para não falecer", lê-se no projecto, que precisa que "os infractores serão responsabilizados pelos seus actos" até que o Ministério do Ambiente desbloqueie o projecto de construção de um novo cemitério.O espaço para sepultar a população da cidade de 28 mil habitantes há muito que foi esgotado. Os túmulos estão colados uns aos outros, e até as zonas de passagem para peões foram já ocupadas. Ao todo, existem 3500 jazigos para as 50 mil pessoas ali enterradas. Vinte residentes que morreram desde Novembro foram mesmo obrigados a partilhar um jazigo.A região de Biritiba-Mirim fica por cima de uma das maiores reservas de água do estado de São Paulo, razão pela qual o instituto de protecção dos recursos hídricos tem impedido a construção de um novo cemitério ou mesmo a ampliação do que existe, instalado em 1910. Para agravar ainda mais a situação, as leis ambientais brasileiras não possibilitam o recurso à cremação. A estratégia do prefeito parece, no entanto, estar a ter bons resultados. O jornal Estado de São Paulo, o diário O Globo e a imprensa internacional davam ontem destaque à iniciativa. Para hoje, estava já marcada uma reunião entre a autarquia e o Ministério do Ambiente.Em declarações à agência Associated Press, um conselheiro de Roberto Pereira da Silva admitiu que a lei é "ridícula, inconstitucional, e que nunca será aprovada", ressalvando que resultado da proposta é, para todos os efeitos, positivo: "Consegue imaginar uma estratégia de marketing melhor do que esta... que pressione o Governo a modificar a legislação que trava a construção de um novo cemitério?", questionou Gilson Soares de Campos.O adjunto do prefeito de Biritiba-Mirim aduziu que já foi desocupada uma área cinco vezes superior à do actual cemitério municipal, destinada a um novo cemitério, localizada numa zona onde especialistas da Universidade de São Paulo garantem que "não serão afectados os recursos hídricos ou o ambiente em geral".A região de Biritiba-Mirim é um dos principais fornecedores de vegetais e frutas de São Paulo, produzindo nomeadamente 90 por cento dos agriões consumidos em todo o Brasil. Para além do mais, as reservas de água existentes no seu subsolo abastecem dois milhões de habitantes da maior cidade do país.Outras 20 cidades existentes naquela zona confrontam-se com as mesmas restrições ambientais. Embora nenhuma outra prefeitura tenha sido tão arrojada como a de Biritiba, de acordo com o Estado de São Paulo, a vizinha Salesópolis começou também a aplicar formas alternativas de pressão sobre o Governo. O prefeito desta cidade - onde oito mil pessoas estão sepultadas num cemitério lotado, de 15 mil metros quadrados e dois mil jazigos - garantiu ao jornal de São Paulo que o município já criou o Movimento dos Sem-Túmulos e que pretende impugnar a lei que proíbe a instalação de cemitérios em áreas sob protecção ambiental.

Dez anos depois da revolução Bosman

Foi um desconhecido futebolista belga que, em 1995, acabou com as barreiras proteccionistas da FIFA e da UEFA nos regulamentos de transferências. Uma década depois, ainda se sentem os efeitos
A 15 de Dezembro de 1995, o Tribunal de Justiça das Comunidades, no Luxemburgo, deu razão ao futebolista belga Jean-Marc Bosman e considerou ilegal o regulamento de transferências que impedia os jogadores de ficarem livres no final dos seus contratos, por entender que era contrário às regras da União Europeia (UE) da livre circulação de trabalhadores no espaço comunitário. Na altura, federações e clubes falavam de catástrofe. Dez anos depois, o acórdão Bosman continua a ser, para uns, a razão de muitos males e, para outros, um marco histórico e inevitável."Alguns acreditavam que o futuro do futebol ia ser uma catástrofe, mas nós não. E tenho a impressão de que o futebol não está nada mal hoje em dia", afirmou à AFP o belga Jean-Louis Dupont, um dos advogados de Bosman durante os cinco anos em que este futebolista de poucos méritos lutou pelo direito de poder ser um jogador livre para poder assinar por qualquer clube depois de terminar o seu contrato.O caso transitou dos tribunais belgas para as instâncias comunitárias, onde Bosman triunfou e o seu caso criou jurisprudência, alterando profundamente o regulamento de transferências na Europa: a partir daquele dia, os clubes deixaram de ter receitas com jogadores em final de contrato e deixou de haver limites para o número de estrangeiros originários de países comunitários. "O desporto profissional, na qualidade de actividade económica, não está acima das leis", concluiu o Tribunal do Luxemburgo.A decisão deu origem a um aumento significativo do número de jogadores estrangeiros a jogar nas ligas nacionais, e com alguns casos extremos. No início deste ano, por exemplo, o Arsenal não tinha na sua lista de convocados jogadores do Reino Unido para um jogo frente ao Crystal Palace. Com o acórdão Bosman, os jogadores deixaram de ser reféns dos clubes, que já não podiam bloquear a saída de atletas em fim de contrato - que foi o que o Liege tentou fazer com Bosman. Passaram a ter maior poder negocial, não só na renovação dos contratos, mas também na hora de assinar por outros clubes. Por esta altura, a UEFA
desenvolveu um modelo diferente da Liga dos Campeões, oferecendo prémios monetários irresistíveis para os grandes clubes, que passaram a investir mais em salários e transferências.Dez anos depois, os organismos que tutelam o futebol mundial continuam sem conseguir engolir muito bem o acórdão. "Não será certamente a causa de todos os males que afectam o futebol europeu, mas acabou com as salvaguardas que os dirigentes da modalidade estabeleceram de forma consciente para preservar a natureza do futebol e prevenir a exploração", considera Lars Christer Olsson, director-executivo da UEFA, para quem o acórdão Bosman contribuiu para a perda de identidade dos clubes, para além de aumentar a circulação de dinheiro no desporto e acentuar as diferenças entre clubes grandes e pequenos.Para tentar atenuar os efeitos do acórdão Bosman sobre o que entende ser uma cada vez maior descaracterização dos clubes, a UEFA está a trabalhar numa proposta para obrigar os clubes a apresentar um limite mínimo de jogadores cuja formação tenha ocorrido no território nacional. Esta proposta pode gerar polémica e poderá ser vista como incompatível com as normas comunitárias, mas Olsson está confiante na implantação da medida: "Pensamos que está de acordo com a lei e nós temos um caso forte. Existe discriminação, mas vai forçar os clubes a assumir responsabilidade pelos jogadores jovens."
Jean-Marc foi quem menos ganhou com o terramoto a que deu origem
Segundo os relatos das agências internacionais, Jean-Marc Bosman recusou-se a conceder entrevistas para assinalar os dez anos desde a histórica decisão da justiça europeia no seu caso. Justificou o belga que não estava disposto a ser notícia em dia de aniversário e voltar a ser esquecido no dia seguinte. Afinal, foi Bosman quem, de forma indirecta, engordou as contas bancárias dos melhores jogadores do mundo, enquanto ele próprio, internacional belga nas selecções jovens, nunca passou de um jogador de terceiro plano e nunca enriqueceu com a decisão. Pelo contrário. Durante o processo, separou-se da mulher, teve de voltar a viver em casa dos pais e enfrentou graves problemas de alcoolismo e depressão. A fama não lhe permitiu dar o salto para um clube de maiores dimensões, acabando a carreira no final dos anos 90, sem nunca ter atingido especial destaque como futebolista. "Olho para as estrelas que ganham fortunas e penso que eles só conseguem renegociar os contratos graças a mim. Nunca pensei em ganhar muito, só o suficiente para ter uma vida decente", disse Bosman - a quem a UEFA chegou a oferecer dinheiro para desistir do processo -, que iniciou a sua luta em 1990, por o seu clube da altura, o RC Liege, não o deixar transferir-se para um clube francês, o Dunquerque, quando estava em final de contrato - o RC Liege queria renovar-lhe o contrato com uma redução de 75 por cento do salário. Bosman, formado nas escolas do Standard de Liege, tinha 25 anos na altura e, a partir do momento em que iniciou a sua batalha judicial, não jogou mais em clubes profissionais, passando os cinco anos seguintes a jogar em equipas amadoras francesas e belgas, até terminar a carreira em 1995, precisamente o ano em que o Tribunal do Luxemburgo lhe deu razão. Actualmente, vive em Bruxelas, sobrevivendo à custa das indemnizações que obteve em tribunal, vendo o seu nome, dez anos depois, amaldiçoado por uns e amado por outros.

Achados mostram que os primeiros humanos chegaram a Inglaterra há 700 mil anos

Trinta e dois instrumentos de pedra, fabricados por humanos há 700 mil anos, foram descobertos no Sul de Inglaterra. Este achado revela que chegaram ao Nordeste da Europa muito mais cedo do que se supunha - pelo menos 200 mil anos antes -, diz hoje uma equipa de cientistas na revista Nature. Sabia-se já, desde 1994, que os primeiros humanos chegaram à Europa ocidental há 780 mil anos. Na Serra de Atapuerca, perto de Burgos, em Espanha, encontraram-se ossos humanos dessa idade. Eram os primeiros europeus ocidentais, pois até aí nessa parte da Europa não havia ninguém. Para a equipa espanhola que os descobriu, tratava-se de uma nova espécie de homem, a que chamou Homo antecessor, por ser o antepassado comum da nossa espécie e dos Neandertais. Supunha-se, no entanto, que os humanos se tinham limitado às regiões mais quentes do Sudoeste. Só se teriam aventurado para as áreas mais frias do Nordeste da Europa uns 200 mil anos mais tarde. É o que indicavam as provas mais antigas, até agora, da presença de humanos no Nordeste europeu: no início dos anos 90, encontrou-se o fragmento de uma tíbia e dentes humanos com 500 mil anos - da espécie Homo heidelbergensis -, na jazida de Boxgrove, também no Sul de Inglaterra. Foi então considerada uma prova forte da presença humana no Nordeste da Europa, para lá dos Alpes, e juntava-se a um maxilar humano dessa idade encontrado, no início do século passado, em Mauer, perto de Heidelberg (Alemanha). Até à descoberta fabulosa de Atapuerca, eram os fósseis humanos mais velhos na Europa ocidental. Agora, as ferramentas de pedra provam que, afinal, os primeiros europeus foram mais temerários e espalharam-se por todo o lado, embora não se tenham descoberto ossos. Encontradas na jazida de Cromer Forest, perto da povoação de Pakefield, na arriba de uma praia, as ferramentas, com dois centímetros cada uma, têm marcas de terem sido feitas por humanos, diz a equipa de Simon Parfitt e Anthony Stuart, da University College, em Londres. Estavam enterradas em sedimentos oriundos de rios que, na altura, vinham do Centro e Leste de Inglaterra e desaguavam no Mar do Norte. "Representam as provas mais antigas inequívocas da presença humana a norte dos Alpes", diz agora a equipa. Terão servido como facas e serras: "Não ficaria surpreendido se alguns dos gumes afiados revelarem provas microscópicas de terem sido usados para desmembrar animais, que devem ter feito parte da dieta humana naquele ambiente", comenta, também na Nature, Will Roebroeks, da Universidade de Leiden, na Holanda. "A descoberta de Pakefield vai influenciar a compreensão da ocupação humana da Europa. Mas é uma advertência de que temos de ser cuidadosos ao considerar a ausência de provas como prova da ausência", acrescenta. A equipa encontrou ainda provas nos sedimentos - fósseis de plantas e insectos sensíveis ao frio - que permitiram reconstituir o ambiente onde viveram os fabricantes das ferramentas. Há 700 mil anos, o Sul de Inglaterra era muito diferente: além de estar ligado à Europa, o clima era ameno, antes de a região ser invadida por glaciares, há 450 mil anos. As temperaturas mais altas chegavam aos 23 graus Celsius e as mais baixas iam até aos seis negativos. Como revelam outros fósseis nos sedimentos, tigres-dentes-de-sabre, leões, veados gigantes, mamutes, elefantes ou hipopótamos também viviam ali.

Portugal lidera ranking dos atrasos nos pagamentos

As empresas em Portugal são as mais penalizadas da Europa na hora de receber as facturas, com uma média de atraso de 87,5 dias, sendo o Estado o principal responsável, segundo um estudo da Intrum Justitia.A Intrum Justitia, empresa de serviços de gestão de créditos que avalia semestralmente os riscos de crédito em vários países europeus, revela que os maiores atrasos nos pagamentos são da responsabilidade das entidades públicas (87 dias), seguida pelas empresas (34,2 dias) e particulares (22,6 dias).No índice de risco de Outono de 2004, o prazo médio de pagamentos era de 85,3 dias, menos 2,2 dias do que o valor actual. Também a taxa de incobráveis sofreu um aumento, passando de 2,9 por cento, no Outono de 2004, para 3 por cento, em 2005.As empresas portuguesas têm mesmo os valores de incobráveis mais elevados da Europa Ocidental, sendo que as menores taxas se situam na Finlândia, Suécia e Itália. "Dada a taxa moderada de crescimento económico, é de extrema importância que se tomem medidas para reduzir a ocorrência de incobráveis", recomenda a Intrum Justitia.O aumento do prazo médio de pagamentos e o agravamento da taxa de incobráveis traduzem um acréscimo do índice de risco para 188 pontos, contra os 186 pontos verificados no Outono de 2004 e os 184, registados no semestre anterior. Um valor que, de acordo com a tabela da Intrum Justitia, significa que "é imperativo introduzir alterações".Portugal é, assim, o país com maior índice de risco, bem longe da Finlândia (126 pontos), que lidera a tabela dos 17 países analisados. Seguem-se Irlanda (139 pontos), França (148 pontos), Letónia, Suíça e Reino Unidos, todos com 150 pontos.O estudo da Intrum Justitia refere que a actual gestão de créditos das empresas portuguesas ainda se baseia numa política em que os fornecedores muito raramente recorrem aos meios legais existentes para forçar os devedores atrasados ou incumpridores.

Presidente do Irão diz que o Holocausto "é um mito"

Numa escalada de desafios a Israel, o Presidente iraniano, Mohammed Ahmadinejad, disse ontem que o Holocausto é um "mito" que serviu aos europeus para implantarem um Estado judaico no Médio Oriente. "Criaram um mito a que chamam "o massacre dos judeus" e consideram-no um princípio acima de Deus, religiões e profetas", afirmou Ahmadinejad, num discurso perante milhares de pessoas, em Zahedan, Sudeste do Irão, transmitido em directo pela TV. É a terceira vez nas últimas semanas que este membro da linha dura publicamente ataca Israel. No fim de Outubro, declarou que o país devia ser "apagado do mapa" e, na semana passada, sugeriu que fosse transferido para a Alemanha ou Áustria. Agora, negou explicitamente o Holocausto e voltou a insistir na transferência. "Se vocês [europeus] cometeram esse grande crime [Holocausto], porque tem a oprimida nação palestiniana de pagar o preço?" E Ahmadinejad apresentou a sua "proposta", numa versão geográfica alargada: "Dêem-lhes [aos judeus] uma parte da vossa própria terra na Europa, nos Estados Unidos, Canadá ou Alasca."O repúdio foi geral. "Esperamos que estes comentários extremistas façam a comunidade internacional abrir os olhos e abandonar as suas ilusões em relação a este regime", apelou Mark Regev, porta-voz do Ministério israelita dos Negócios Estrangeiros. As declarações do líder iraniano são "escandalosas", disse o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan. "Completamente inaceitáveis", resumiu a porta-voz da Comissão Europeia, Emma Udwin. "Chocantes e inaceitáveis", reagiu por seu turno o ministro alemão dos Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, sublinhando que este novo ataque verbal vai pesar no, já tenso, diálogo sobre a capacidade bélica do Irão.O Ocidente está preocupado com o programa nuclear iraniano e prevê-se um retorno às negociações dia 21, em Viena, com responsáveis britânicos, franceses e alemães."Garanto que não vamos recuar um centímetro nos nossos direitos nucleares", disse Ahmadinejad. E acusou os governos ocidentais de servirem Israel, ao criticarem o Irão. "Se alguém nega a existência de Deus ou dos profetas e da religião, não é incomodado. Mas se alguém nega o mito do massacre dos judeus, todas as bocas sionistas e os governos subservientes ante os sionistas rasgam as suas laringes e gritam contra a pessoa tanto quanto podem." Não é uma "nova estratégia"Peritos israelitas - como David Menashri, responsável pelos estudos iranianos na Universidade de Telavive - não vêem o anúncio de uma estratégia nas frases de Ahmadinejad, mas antes a sua inexperiência política e diplomática. "Não creio que ele esteja a sugerir uma nova estratégia para lidar com Israel", concorda Ephraim Kam, vice-director do Jaffee Center for Strategic Studies, de Telavive, que tem estudado o Irão e a ameaça nuclear. "Ele está a cometer um grande erro, para o qual vejo duas explicações. Primeiro, inexperiência. Não há dúvida de que acredita no que diz, e nisso não está sozinho, e como é um radical inexperiente não está preocupado com as reacções do mundo e os danos que possam causar ao regime. Depois, é um desconhecido a nível nacional e pode estar a tentar consolidar a sua posição, crê que pode ganhar simpatia assim."Ex-autarca da Câmara de Teerão, Ahmadinejad foi surpreendentemente eleito presidente, em Junho, sucedendo ao reformista Mohammad Khatami. A inflexibilidade quanto ao nuclear já vem de trás, nota Ephraim Kam, considerando que Israel não deverá alterar a sua política. "O Irão está em condições de controlar o enriquecimento de urânio dentro de meses. Mas demorará alguns anos a ter uma bomba. A prioridade israelita é parar o programa nuclear de Teerão, mas sem estar na linha da frente, deixando esse papel a quem pode dialogar com eles, o que é correcto."Kam julga "um disparate" a investigação do jornal britânico Sunday Times, no último fim-de-semana, segundo a qual o primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, deu "luz verde" a um ataque, terrestre e aéreo, a instalações nucleares iranianas no fim de Março. Esse plano estaria a ser preparado a partir de uma base israelita no Norte do Iraque. "Uma coisa é Israel ter um plano básico de operações militares face a um regime que o ameaça, o que é normal. Mas não acredito que haja ordem de Sharon para atacar em Março."Israel negou os pormenores do artigo, mantendo em aberto a opção de um ataque. "Não podemos dizer à partida que qualquer opção para o futuro é de excluir", disse Amos Gilad, responsável do Ministério israelita da Defesa. "Mas o plano específico descrito no artigo [datas, operações no Norte do Iraque] não é correcto." Ephraim Kam crê que seria "muito mais difícil" a Israel atacar as instalações iranianas do que foi atacar as iraquianas, em 1981.

Reino Unido pondera aumentar idade da reforma

O aumento gradual da idade da reforma para os 68 anos foi ontem proposto pela Comissão das Pensões do Reino Unido, nomeada pelo primeiro-ministro inglês Tony Blair, em 2002, para avaliar os problemas do actual sistema. John Hutton, ministro das Pensões, afirmou que todas as propostas seriam tidas em consideração e que a resposta terá por base cinco aspectos: "se as propostas promovem a responsabilidade pessoal, se são justas, se são acessíveis economicamente, se simplificam o sistema e se são sustentáveis".A proposta da Comissão prevê o aumento da idade da reforma dos 65 para os 66 em 2030, para os 67 em 2040 e para os 68 em 2050. É proposto também um novo Esquema de Poupanças para as Pensões Nacionais (EPPN), que prevê "a inclusão automática de todos os trabalhadores não cobertos por outro esquema de pensões adequado" - pode ler-se no relatório.Caso entre em vigor, os trabalhadores incluídos no EPPN vão descontar quatro por cento do seu rendimento líquido, a entidade empregadora contribui com três por cento e o Governo com um por cento através de deduções ou créditos fiscais. Apesar de serem envolvidos automaticamente no processo, os trabalhadores poderão sempre optar por abandoná-lo.Entre as propostas da Comissão está ainda a indexação das reformas ao aumento dos ordenados e não à inflação, uma vez que se prevê que, em 2050, as pensões do Estado signifiquem apenas dez por cento dos salários médios. Esta alteração permite subir o valor das reformas, mas sob condição de aumentar também a idade para a sua obtenção, uma vez que, segundo o presidente da Comissão, tal significaria um custo adicional ao Governo equivalente a 2,2 mil milhões de euros.Actualmente, as reformas no Reino Unido são atribuídas, aos homens, a partir dos 65 anos, com 44 de serviço, e às mulheres desde os 60 anos, com 39 de serviço. A idade da reforma das mulheres já está prevista que aumente para os 65 anos entre 2010 e 2020. Se o Governo aprovar as medidas até ao ano que vem, o programa poderá ter início já em 2010. Com agências

Portugueses gastam menos

Os portugueses estão entre os europeus que pensam gastar menos dinheiro neste Natal, menos seis por cento do que o ano passado, tanto como os italianos, segundo um estudo europeu sobre as compras nesta quadra realizado pela Deloitte. O facto de a economia portuguesa estar em recessão, o descontentamento com a política do País e a insegurança no emprego são os principais motivos da redução. Apenas os alemães vão diminuir mais as despesas (menos 9%). A generalidade dos europeus revela ter menos dinheiro para este Natal, numa média de menos 3%, sendo as grandes excepções a Irlanda e a Espanha, ao afirmarem que vão gastar mais, 8% e 6%, respectivamente. A maioria dos portugueses, 65%, diz que irá comprar presentes para as crianças e 75% já sabem o que os filhos querem de presente neste Natal, enquanto 41% dos europeus desconhecem as prendas desejadas pelos mais novos. Em Portugal, os adultos preferem comprar presentes educativos. Os brinquedos tradicionais são oferecidos aos menores de 12 anos, seguindo-se os jogos electrónicos e livros

Presos falsificadores de documentos para entrada no Kremlin

Agentes dos serviços de segurança russos detiveram um grupo de polícias e civis suspeitos de forjarem passes de entrada no Kremlin, um dos locais teoricamente mais bem guardados de todo o país.Os documentos apreendidos incluem cartões de identidade que garantiam a entrada nas instalações utilizadas pelo Presidente Vladimir Putin, mas também papel timbrado do Kremlin com uma assinatura falsificada do chefe de Estado e placas de matrícula para carros da polícia e do Governo, anunciou o serviço de segurança FSB (ex-KGB), citado pela BBC.Ao que parece, conjuntos de documentos ilegais para facilitar a entrada na sede do poder eram vendidos por alto preço, podendo ir até ao equivalente a mais de 160.000 euros, designadamente num stand de automóveis no Sul de Moscovo.Crê-se que algum deste material forjado poderá ter já caído nas mãos de quadrilhas de criminosos, devendo-se as detenções a um trabalho conjunto do Kremlin, do FSB e de outras entidades russas, segundo foi explicado pelo correspondente da BBC

EUA Bronx recebe combustível barato da Venezeula

Uma empresa petrolífera controlada pelo Governo da Venezuela está a fornecer combustível barato para aquecimento ao bairro nova-iorquino do Bronx, no âmbito de um acordo com organizações de caridade. A iniciativa começou no mês passado com um fornecimento semelhante na zona de Boston, e foi anunciada na altura pelo Presidente venezuelano, Hugo Chávez, feroz crítico da Administração Bush. Segundo a BBC, cerca de 8000 moradores de 75 prédios vão beneficiar do projecto. Nos EUA, há quem critique esta oferta. A oposição democrata argumenta que a Venezuela pretende envergonhar as petrolíferas americanas e a Administração Bush

Presidente do Irão duvida do Holocausto e quer transferir Israel

O Presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, manifestou dúvidas de que o Holocausto tenha acontecido e sugeriu que Israel seja transferido para a Europa, nomeadamente para a Alemanha ou para a Áustria. Durante uma conferência de imprensa em Meca, cidade santa na Arábia Saudita, e noticiada pela agência oficial Irna, Ahmadinejad observou que "alguns países europeus insistem em dizer que Hitler matou milhões de judeus inocentes em fornos crematórios e até atiram para a cadeia quem provar o contrário". Em Outubro, o chefe de Estado iraniano defendera que Israel fosse "varrido do mapa", o que lhe valeu condenações a nível internacional. Agora disse que "os europeus, se desejassem ser honestos, deviam dar aos sionistas algumas das suas províncias".

Ambiente com humor

Abra http://www.ambienteinsular.uac.pt/humor.htm e veja ambiente com humor:


Mulher de 37 anos acusada de abuso sexual do seu marido de 15

Rita Siza Washington
Uma mulher grávida de 37 anos está detida e aguarda julgamento por abuso sexual de um menor de 15 anos na Geórgia, EUA. A alegada vítima do crime é o seu vizinho adolescente e, simultaneamente, seu marido e pai do filho que espera. O caso está a abalar não só a pequena comunidade de Gainesville como também o edifício jurídico do estado da Geórgia, que proíbe o casamento de menores de 16 anos mas reconhece a legalidade dos casamentos que envolvam uma comprovada gravidez, independentemente da idade dos noivos. Lisa Lynette Clark foi detida cinco semanas depois de a sua vizinha Judy Haynes, avó e tutora do jovem de 15 anos com quem mantinha um relacionamento amoroso clandestino, ter apresentado queixa às autoridades acusando-a de pedofilia. A avó descobrira fotografias eróticas e cartas de amor de Lisa para o seu neto enquanto este cumpria um castigo de 45 dias num centro de correcção juvenil por ter tentado roubar uma loja. Confrontado pela avó, o jovem terá admitido o seu envolvimento com a vizinha e mãe do seu amigo da mesma idade, tendo confessado ainda que Lisa estava grávida de um filho seu.
Até à altura, a constante presença do jovem na casa ao lado, ou os programas e passeios que fazia acompanhado pela mãe do amigo, não tinham levantado a mínima suspeita. Segundo relataram os vizinhos à imprensa local, a própria Judy Hayles encorajava a amizade do neto com os vizinhos - Lisa levava os jovens a patinar, ao centro comercial e a jantar fora -, dizendo que "Lisa pagava sempre as contas" e enquanto o jovem estava com ela mantinha-se longe de sarilhos.
Anular o casamento
Os acontecimentos precipitaram-se na sequência da queixa à polícia, que terá levado os dois amantes a decidirem casar-se. O jovem requisitou uma licença de casamento no tribunal do condado e mais tarde compareceu à porta do juiz reformado Johnny Tallant, que oficializou o casamento em frente da porta da garagem de sua casa. "Eles tinham uma licença legalmente emitida, por isso pela minha parte não havia nenhuma razão para não efectuar a união", esclareceu numa reportagem à cadeia televisiva ABC. A lei do estado da Geórgia apenas prevê o casamento de menores de idade mediante consentimento parental, e mesmo nesses casos estabelece como limite a idade de 16 anos. Mas, numa excepção, autoriza a realização de casamentos sem a necessária autorização dos pais nos casos em que a noiva demonstre estar grávida. "Ele não tem idade para arranjar um emprego, nem sequer para tirar a carta. Se as autoridades tivessem actuado assim que a queixa foi feita, não estaria casado e esta mulher já há muito que estava presa", bradou Judy Hayles às câmaras da ABC News. Lisa Lynette Clark acabaria por ser detida precisamente na noite em que se casou, porque, apesar de consagrar a possibilidade do casamento em caso de gravidez, a mesma lei estadual não reconhece a uma pessoa com menos de 16 anos o consentimento legal para qualquer acto de natureza sexual (uma medida que foi introduzida para proteger juridicamente as crianças nos casos de ataques sexuais). O que significa que, apesar de estar casada com a sua alegada vítima, Lisa terá, aos olhos da lei, realizado actos sexuais contra a vontade do adolescente, ainda que este tenha confirmado às autoridades o seu consentimento. A avó do rapaz procura agora usar uma condenação de Lisa Lynette Clark por actos de pedofilia como argumento para obter a anulação do casamento. Nos últimos anos, dois casos semelhantes foram notícia de primeira página na imprensa americana. O caso mais célebre foi o de Mary Kay Letorneau, que cumpriu uma pena de mais de sete anos de prisão pelo crime de violação do então seu aluno de 13 anos Vili Filau. O casal está agora casado e tem dois filhos. Uma outra professora do estado da Florida, Debra Lafave, foi recentemente detida e aguarda julgamento acusada de actos sexuais com um aluno de 14 anos.

A descoberta dos ratinhos cantores

Quais Romeus apaixonados, os ratinhos rompem em canções apaixonadas quanto detectam as feromonas de fêmeas que são potenciais parceiras sexuais. Os sons emitidos pelos machos são inaudíveis para os ouvidos humanos, pois são em frequências ultrassónicas, mas a sua complexidade levou uma equipa de investigadores dos Estados Unidos a considerar, sem sombra de dúvidas, que se tratam de canções como as das aves ou das baleias. A descoberta não é o facto de os ratinhos emitirem sons em frequências superiores a 30.000 hertz. Isso já se sabia. O inédito foi Tim Holy e Zhongsheng Guo, da Universidade Washington (Missouri, EUA), terem percebido que esses sons tinham uma complexidade de fraseado que permitia classificá-los como canções. "Até à data, nenhum estudo de que tenhamos conhecimento verificou se estes discretos sons consistem em sílabas distintas, ou se estas vocalizações têm uma estrutura temporal com significado", escrevem os dois investigadores no artigo que publicaram na revista electrónica e de livre acesso para todos "Public Library of Biology". "Os roedores emitem várias vocalizações, algumas audíveis para os seres humanos, como após o parto ou em situações de perigo", explicam os cientistas. Quanto a vocalizações de ultrassons, sabia-se que as crias produzem gritos de alarme quando estão isoladas, para alertar as suas mães, e que os machos os produzem também quando estão na presença de fêmeas ou quando detectam as feromonas presentes na sua urina (químicos envolvidos na resposta sexual). Foi nos machos de "Mus musculus" que os dois investigadores se concentraram, para tentar perceber como é que o cérebro dos ratinhos processava a informação relativa às feromonas femininas. E foi então que prestaram atenção aos sons produzidos pelos ratinhos e ficaram intrigados.
Perceberam que os sons emitidos pelos ratinhos consistiam em repetições e diferentes ritmos que se organizam como diferentes colecções de notas, dispostas em diferentes frases e motivos, como acontece nas canções das aves.
Depois de gravarem os sons, o desafio seguinte foi submetê-los a um tratamento informático que permitisse torná-los audíveis para os humanos. Fizeram-no através de dois métodos: um deles foi desacelerar o som, até 16 vezes mais lento, para conseguir ouvir os trinados dos ratinhos. O outro foi submetê-los a um programa informático que os baixou de frequência várias oitavas, para os tornar audíveis. Desta forma, os ratinhos entraram para o clube muito exclusivo dos mamíferos cantores que, até agora, incluía as baleias, os morcegos, os humanos e pouco mais. Como são evolutivamente mais próximos do homem que as aves, usadas já como modelo para o estudo da evolução da linguagem, os ratinhos podem ainda ter muito a dizer-nos sobre a forma como nós próprios aprendemos a falar - e a cantar, claro.

Para saber mais:
"Public Library of Biology" acessível através do endereço http://biology.plosjournals.org/
Sons dos ratinhos a cantar: http://biology.plosjournals.org/archive/1545-7885/3/12/supinfo/10.1371_journal.pbio.0030386.sa005.wav
http://biology.plosjournals.org/archive/1545-7885/3/12/supinfo/10.1371_journal.pbio.0030386.sa003.wav

Feromonas: http://www.hhmi.org/senses/d230.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Pheromone
Canto das aves: http://www.avianbrain.org
http://www.naturesongs.com/birds.html

Cancro nos ovários: Chá verde ou preto reduz o risco

O consumo diário de uma ou duas chávenas de chá verde ou preto reduz o risco de cancro nos ovários. A investigação foi avançada hoje por cientistas suecos. Segundo Susanna Larsson e Alicja Wolk, do Instituto Karolinska de Estocolmo, «constatámos uma diminuição de 46 por cento dos riscos de cancro dos ovários nas mulheres que bebiam uma ou duas chávenas de chá todos os dias, em comparação com as que não tinham esse hábito», e acrescentam que «cada chávena adicional de chá diária representa uma redução de 18 por cento do risco de cancro dos ovários». Ainda assim, as cientistas defendem investigações suplementares, para explicar certas incoerências, devido ao facto de análises anteriores terem produzido resultados contraditórios em relação aos efeitos anticancerígenos do chá. A taxa de mortalidade devida a este tipo de cancro, de diagnóstico difícil, tem permanecido constante nos últimos 50 anos.

Apanhadas a conduzir com álcool

Duas das protagonistas da série Lost, da ABC, que já foi transmitida em Portugal pela RTP1, foram detidas no Havai no espaço de 15 minutos, por suspeita de estarem a conduzir sob o efeito do álcool. Cynthia Watros (na foto) e Michelle Rodriguez deslocavam-se numa estrada que liga Kailua a Honolulu em carros separados quando a polícia as mandou parar. Watros, que interpreta a personagem Libby na premiada série norte-americana, foi detida às 12.05 locais, enquanto Rodriguez, que é a Ana Lucia de Lost, foi abordada pela polícia às 12.20. Cynthia Watros, de 37 anos, e Michelle Rodriguez, de 27, vão ter de comparecer numa audiência para a anulação da carta de condução no tribunal de Kaneohe, no dia 29. De acordo com a legislação havaiana, os condutores apanhados a conduzir sob a influência de uma substância tóxica ficam com a carta de condução cancelada automaticamente, mas recebem uma licença temporária que lhes permite conduzir com restrições.

Profissão: reformado da Camara de Lisboa!!!!!

Apesar de ter apenas 50 anos de idade e de gozar de plena saúde, o socialista Vasco Franco, número dois do PS na Câmara de Lisboa durante as presidências de Jorge Sampaio e de João Soares, está já reformado. A pensão mensal que lhe foi atribuída ascende a 3.035 euros (608 contos), um valor bastante acima do seu vencimento como vereador.
A generosidade estatal decorre da categoria com que foi aposentado - técnico superior de 1ª classe, segundo o «Diário da República» - apesar de as suas habilitações literárias se ficarem pelo antigo Curso Geral do Comércio, equivalente ao actual 9º ano de escolaridade.
A contagem do tempo de serviço de Vasco Franco é outro privilégio raro, num país que pondera elevar a idade de reforma para os 68 anos, para evitar a ruptura da Segurança Social.
O dirigente socialista entrou para os quadros do Ministério da Administração Interna em 1972, e dos 30 anos passados só ali cumpriu sete de dedicação exclusiva; três foram para o serviço militar e os restantes 20 na vereação da Câmara de Lisboa, doze dos quais a tempo inteiro. Vasco Franco diz que é tudo legal e que a lei o autoriza a contar a dobrar 10 dos 12 anos como vereador a tempo inteiro.
Triplicar o salário. Já depois de ter entregue o pedido de reforma, Vasco Franco foi convidado para administrador da Sanest, com um ordenado líquido de 4000 euros mensais (800 contos). Trata-se de uma sociedade de capitais públicos, comparticipada pelas Câmaras da Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra e pela empresa Águas de Portugal, que gere o sistema de saneamento da Costa do Estoril. O convite partiu do reeleito presidente da Câmara da Amadora, Joaquim Raposo, cuja mulher é secretária de Vasco Franco na Câmara de Lisboa. O contrato, iniciado em Abril, vigora por um período de 18 meses.A acumulação de vencimentos foi autorizada pelo Governo mas, nos termos do acordo, o salário de administrador é reduzido em 50% - para 2000 euros - a partir de Julho, mês em que se inicia a reforma, disse ao EXPRESSO Vasco Franco. Não se ficam, no entanto, por aqui os contributos da fazenda pública para o bolo salarial do dirigente socialista reformado. A somar aos mais de 5000 euros da reforma e do lugar de administrador, Vasco Franco recebe ainda mais 900 euros de outra reforma, por ter sido ferido em combate em Moçambique já depois do 25 de Abril (????????), e cerca de 250 euros em senhas de presença pela actuação como vereador sem pelouro.
Contas feitas, o novo reformado triplicou o salário que auferia no activo, ganhando agora mais de 1200 contos limpos. Além de carro, motorista, secretária, assessores e telemóvel.

OMS deixa de contratar pessoas que fumam

A Organização Mundial de Saúde (OMS) avisou que vai deixar de contratar pessoas que fumam, no sentido de credibilizar a imagem da organização na luta contra o tabagismo. A OMS garantiu ainda que vai oferecer aos actuais trabalhadores fumadores apoio médico e financeiro para abandonarem o vício.A partir de agora, os formulários de candidatura realçam que "a OMS é um espaço não-fumador. A organização não contrata consumidores de tabaco, seja sob que forma for". Os candidatos a um posto de trabalho neste organismo serão questionados sobre o hábito de fumar. "Se afirmarem que sim, a política da OMS é perguntar se, em caso de serem contratados, deixariam de fumar. Se a resposta for negativa, as suas qualificações não serão tomadas em consideração", explicou ao diário espanhol El País Christine McNab, encarregada das comunicações do gabinete do director-geral da OMS.Por outro lado, se um empregado mentir e for visto a fumar, inclusivamente fora do local de trabalho, "a confiança entre empregado e empregador será quebrada e serão aplicadas medidas disciplinares", afirmou Christine McNab, acrescentando que não serão feitas análises ao sangue do candidato.A OMS diz que esta decisão não é discriminatória porque não se baseia em características religiosas, sexuais ou raciais. Contudo, já há reprovações desta medida, aplicada nas 147 delegações nacionais da OMS em todo o mundo. Vários médicos mostraram-se "horrorizados", porque entendem que "há uma marginalização de pessoas que sofrem de uma dependência, quando são perfeitamente capazes de cumprir os objectivos da empresa", lia-se em El País.Os actuais fumadores da organização podem respirar de alívio: o seu posto de trabalho não está em risco, ser-lhes-ão oferecidos apoios médicos e económicos. Só não podem fumar dentro do edifício. O comunicado da OMS precisa ainda que, se um fumador deixar a organização e quiser voltar, tem de deixar o vício antes de ser readmitido.Algumas empresas espanholas já aderiram a esta medida. O Clube de Fumadores para a Tolerância recolheu 66 anúncios de ofertas de emprego, na Internet, onde as empresas impõem esta condição - a de não fumar

Defesa do preservativo afasta brasileira Daniela Mercury de concerto de Natal no Vaticano

A cantora Daniela Mercury já não vai participar no Concerto de Natal do Vaticano, marcado para o dia 3 de Dezembro, e que seria também a abertura do ano dedicado a S. Francisco Xavier, o santo padroeiro das missões. A cantora brasileira foi convidada e logo depois cancelado o convite por, alegadamente, participar em campanhas a favor do uso do preservativo.De acordo com um comunicado emitido pela EMI Music, a editora de Daniela, a cantora "respeita a religião católica, que é a sua religião, mas lamenta não poder representar o país como artista naquele evento". Em declarações ao programa Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga, na TV Globo, Daniela Mercury não escondeu a decepção provocada pela "retirada" do convite. "Fiquei indignada pela forma como o assunto foi tratado pelo Vaticano. Jamais faria qualquer coisa para ferir os princípios católicos mas não houve diálogo", referiu a baiana. E continuou: "Essa voz [pelo uso de preservativo] não poderá ser calada. É uma questão de vida e não uma lei."Ainda de acordo com a EMI, os motivos apresentados pelos representantes do Vaticano prendem-se com o facto de Bento XVI ter ficado "desagradado" ao saber que Daniela Mercury era um dos rostos de uma campanha, realizada em todo o Brasil, a aconselhar o uso de preservativos.Na resposta enviada para Roma, a cantora reafirmou a sua posição "em defesa do uso da "camisinha" como um instrumento de protecção à vida".O reportório da cantora brasileira, que ia cantar ao lado de Simply Red, Black Eyed Peas, Sheryl Crow e Paul Anka, entre outros, bem como os grupos Benedict Gospel Choir e Chicago High Spirit, estava já definido e englobava quatro temas: "Águas de Março" e "Canto da Cidade" e duas músicas sacras, em inglês. A polémica é de tal forma intensa no Brasil que mesmo sacerdotes e teólogos têm saído em defesa da cantora. Fernando Altemeyer, um dos mais conhecidos teólogos brasileiros, refere que, com a participação de Daniela, ter-se-ia "um belo "show" de Natal. O Menino Jesus certamente ficaria encantado. É melhor ouvir a Daniela Mercury do que receber ouro, incenso e mirra". A cantora baiana é embaixadora da UNESCO há seis anos e participa em várias campanhas da ONU contra a sida. É, aliás, neste contexto que Daniela Mercury se tem destacado na defesa do uso do preservativo.

Ex-árbitro alemão condenado a pena de prisão por manipulação de resultados

O ex-árbitro alemão Robert Hoyzer foi hoje condenado, por um tribunal de Berlim, a dois anos e cinco meses de prisão pelo crime de burla agravada, na sequência dos casos de manipulação de resultados de jogos de futebol na Alemanha.
O tribunal aplicou uma pena mais pesada do que a que tinha sido requerida pelo Ministério Público, que nas alegações finais pedira dois anos de prisão com pena suspensa para Robert Hoyzer, que já tinha sido irradiado da arbitragem.Robert Hoyzer tinha admitido em tribunal que as acusações de que era alvo, "no essencial", correspondiam à verdade - 11 casos de manipulação de jogos que ele próprio arbitrou.Um colega de Robert Hoyzer, o também árbitro Dominik Marks, foi condenado no mesmo processo a um ano e seis meses de prisão, mas com pena suspensa.Dominik Marks admitiu durante o julgamento ter recebido 37 mil euros do "cérebro" das apostas ilícitas, o croata Ante Sapina, mas negou ter manipulado resultados de jogos.Ante Sapina, que era acusado de ter praticado burlas no valor de dois milhões euros, aliciando árbitros a viciar resultados e investindo elevadas somas em apostas, foi condenado a dois anos e 11 de meses de prisão.Os seus irmãos Milan e Filip, igualmente arguidos no processo, terão de cumprir, respectivamente, penas de prisão de 16 e 12 meses, ambos com pena suspensa.Robert Hoyzer e os outros arguidos eram acusados de manipulação de 23 jogos de futebol das primeira e segunda divisões e das divisões regionais alemãs, que dirigiram entre Abril e Dezembro do ano passado.Na queixa-crime contra Ante Sapina, 29 anos, detido pela polícia em Março passado, tal como contra os seus dois irmãos, constavam 42 delitos de corrupção activa e burla agravada.Numa das audiências do julgamento, Ante Sapina pediu desculpa pelos danos causados ao futebol alemão e à imagem do país organizador do Mundial de futebol do próximo ano.

Tabaqueira propõe 18 anos como idade mínima para comprar tabaco

A Tabaqueira, principal empresa produtora de cigarros em Portugal, propôs ao Governo o aumento de 16 para 18 anos da idade mínima a partir da qual seja possível comprar tabaco.
Num documento enviado recentemente ao Governo e ao qual a Lusa teve acesso, a empresa, subsidiária da multinacional Philip Morris, afirma que Portugal é dos poucos países da União Europeia (UE) onde a idade mínima para aquisição de tabaco é de 16 anos, e defende que essa idade deveria passar para os 18. No caso da venda através de máquinas automáticas, a empresa defende que as mesmas devem estar em local de fácil visibilidade para os responsáveis dos estabelecimentos, que assim poderão confirmar a idade em caso de dúvida.
"Defendemos que a legislação deve regular o uso das máquinas automáticas de modo a assegurar que os jovens menores não adquiram cigarros por esta via", diz a Tabaqueira no documento, onde se acrescenta que "a legislação deve prever a aplicação de penalizações aos retalhistas que violem a lei", que podem ir de multas a proibição de vender cigarros.
A empresa manifesta-se também contra aumentos abruptos dos impostos sobre o tabaco, que têm pouca eficácia na redução do consumo e não garantem estabilidade das receitas fiscais do Estado, antes levando os consumidores a adquirir cigarros mais baratos e menos tributados, a comprar em países vizinhos que praticam preços mais baixos ou ainda a adquirir produtos de contrabando e contrafacção.
Em vez de aumentos abruptos, a Tabaqueira defende "aumentos moderados e graduais da fiscalidade", instituindo-se ao mesmo tempo um "preço mínimo de referência" (dissuadindo-se o aparecimento no mercado de cigarros de baixo preço, que poderiam encorajar os consumidores a transferir as suas opções em função do preço, em vez de deixarem de fumar).
Com Portugal a ter a segunda mais alta taxa fiscal sobre o tabaco (79 por cento, segundo as contas da empresa), "se os produtos de tabaco se tornarem inacessíveis, muitos consumidores vão, seguramente, mudar para produtos alternativos mais baratos, incluindo produtos legalmente comprados em Espanha", avisa a empresa.
As sugestões da Tabaqueira surgem depois de ter sido ratificada por Portugal a Convenção Quadro para o Controlo do Tabaco (CQCT), da Organização Mundial de Saúde, e numa altura em que está para revisão a legislação sobre prevenção do tabagismo. Por esse motivo, a Tabaqueira sugere que o Governo tome medidas no sentido de controlar e eliminar a contrafacção e a venda ilícita de produtos de tabaco e vendas transfronteiriças, exemplificando com o caso de Espanha, onde os cigarros mais baratos custam 1,05 euros, contra os 2,20 de Portugal. Concordando com a proibição de fumar em locais públicos, desde hospitais e centros de saúde a supermercados ou bancos, a empresa defende, no entanto, que os donos de restaurantes e outros locais de lazer sejam livres decidir o que fazer, nomeadamente, proibindo total ou parcialmente. A Tabaqueira sugere ainda ao Governo que equacione a possibilidade de exigir aos fabricantes de tabaco que informem de forma quantificada os produtos dos cigarros, e não só o teor de Alcatrão, Nicotina e Monóxido de Carbono, como acontece actuallente. Considerando que todos os cigarros são prejudiciais, a empresa admite que está a investigar produtos que possam ser menos perigosos, à semelhança de outras que procuram também fabricar cigarros de "risco reduzido".É por isso que a Tabaqueira defende a criação de uma Agência Europeia com poderes para regulamentar tanto os produtos de tabaco até agora à venda, como outros que surjam no futuro.

Mais de metade dos produtos falsos apreendidos na UE têm origem na China

A China é o país de origem de 54 por cento das falsificações interceptadas este ano à entrada da União Europeia (UE), garantiu ontem em Pequim o comissário europeu para a Fiscalidade e União Aduaneira, Laszlo Kovacs. "Números que a China não confirma, mas também não desmente", acrescentou o responsável europeu, que falava numa conferência de imprensa após um encontro com a vice-primeira-ministra Wu Yi. Apesar de ainda não haver "um número final", há uma diminuição face a 2004, ano em que a percentagem de falsificações oriundas da China foi de 67 por cento. De acordo com os números adiantados pelo comissário, cerca de 69 milhões dos cerca de 103 milhões de produtos falsificados interceptados nas fronteiras externas da UE em 2004 tinham origem na China.
"Devido ao grande volume de comércio bilateral - mais de 200 mil milhões de euros - e porque a China é o ponto de origem de tantos bens falsificados, queremos melhorar a cooperação entre a UE e a China", disse o comissário, que apontou as áreas da legislação, da aplicação das leis e da partilha de informação como áreas principais dessa cooperação.
Ameaça à saúde pública
Wu Yi prometeu também o aumento da cooperação de Pequim na luta contra a pirataria e falsificação: "A China está sempre decidida a salvaguardar os direitos legítimos e os interesses dos detentores da propriedade intelectual de todo o mundo", sublinhando "que todos os que estejam envolvidos em actividades de falsificação e transgressão de direitos de propriedade intelectual serão severamente castigados". Laszlo Kovacs iniciou ontem uma visita de três dias à China, para "iniciar um diálogo permanente entre a UE a China em questões aduaneiras" e presidir à primeira Comissão Conjunta Europa-China de Cooperação Aduaneira, onde estiveram em debate a propriedade intelectual e a luta contra a pirataria e as falsificações. Laszlo Kovacs atribui o decréscimo da apreensão de falsificações nas fronteiras externas da UE aos efeitos da cooperação com a China em matéria alfandegária e a uma maior intervenção das autoridades chinesas no combate à contrafacção. A cooperação com a China terá como prioridades a luta contra a falsificação de medicamentos, bens alimentares, brinquedos e peças para automóveis. "As pessoas têm de se convencer que a falsificação não é uma brincadeira e que deixou de ser uma questão limitada aos bens de luxo, mas que pode ter uma influência directa na sua saúde", referiu Laszlo Kovacs. No ano passado, os brinquedos foram a terceira categoria de artigos mais falsificados (para cima de 18 milhões de objectos apreendidos), enquanto a captura de medicamentos falsos cresceu 45 por cento desde 2003 e a apreensão de bebidas e produtos alimentares subiu 200 por cento, para os 4,5 milhões de bens.Segundo números da Comissão Europeia referentes a 2004, a apreensão de bens falsificados na UE aumentou dez vezes (mil por cento) em relação a 1998

Cientistas americanos tentam identificar aviador encontrado num glaciar da Califórnia

Um grupo de cientistas do Pentágono que se dedica ao estudo dos casos de soldados desaparecidos está a tentar descobrir a identidade de um aviador da época da Segunda Guerra Mundial cujo corpo foi encontrado num glaciar da Califórnia no mês passado.
Os especialistas do laboratório, localizado no Havai, dedicaram as últimas semanas ao exame dos ossos do cadáver, à recolha de amostras de ADN e ao estudo dos seus dentes para tentar descobrir quem era e quando morreu.
"Queremos ser capazes de compreender o que lhe aconteceu", explicou Robert Mann, vice-director do laboratório, acrescentado: "Também queremos ser capazes de responder a qualquer questão que a família possa ter".
Mann e os seus colegas acreditam que o corpo possa ser de um dos quatro homens que seguiam a bordo de uma aeronave que desapareceu durante um voo de treino que descolou de uma base californiana a 18 de Novembro de 1942.
Até ao momento, foi possível apurar que o indivíduo é caucasiano, teria pouco mais 20 anos na altura em que morreu e media entre 1,75m e 1,88m.
Os exames de raio-X a que foi submetido indicam que sofreu traumatismos graves quando o avião caiu.

La UNESCO señala que Internet acelera la desaparición de la mitad de los idiomas

La Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (UNESCO) ha alertado de que cerca de la mitad de los 6.000 idiomas que se hablan hoy en el planeta corren el riesgo de desaparecer a lo largo de este siglo, posibilidad agravada por el uso de nuevas tecnologías como Internet. En un informe titulado "Hacia las sociedades del conocimiento",publicado hoy simultáneamente en Bruselas, París, Ginebra y Nueva York, la UNESCO explica que las nuevas tecnologías, a pesar de las ventajas que conllevan, pueden acelerar la "extinción" de ciertos idiomas al favorecer la "homogeneización" en lugar de la diversidad. "Tres de cada cuatro páginas en Internet están escritas en inglés. Sin embargo, el número de cibernautas cuya lengua materna no es el inglés excede del 50 por ciento, porcentaje que sigue aumentando", indica el documento.
La Directora General Adjunta de esta organización, Francoise Rivière, explicó en rueda de prensa que las lenguas más amenazadas son las menos difundidas y especialmente las que se hablan en los países africanos. El documento indica que "según algunos lingüistas, el fenómeno de la extinción de los idiomas está teniendo lugar incluso a mayor escala, hasta el punto de que entre el 90 y el 95 por ciento de las lenguas actuales podría haber desaparecido en un siglo". Para garantizar su preservación, la UNESCO recomienda a los países que incentiven el aprendizaje de dos o tres idiomas desde la educación primaria y pide al sector público y privado que inviertan más para favorecer la traducción de los programas informáticos y el desarrollo de contenidos de Internet en alfabetos diferentes al latino. El documento incide, por otro lado, en la diferencia entre las sociedades del conocimiento, que implican progresos sociales, éticos y políticos, y las de la información, basadas en "progresos tecnológicos que crean el riesgo de aportar poco más que un conjunto de información indiscriminada" a quienes carecen de habilidades para aprovecharla.
Igualdad de oportunidades
Por otro lado, el documento insta a los países a favorecer el acceso universal a las tecnologías de la información y la comunicación, para reducir la brecha existente entre los países del norte y el sur.Según el informe, sólo el 11 por ciento de la población mundial tiene acceso a Internet y el 90 por ciento de esos usuarios vive en países ndustrializados. No obstante, las diferencias se producen también en esos países, donde "una parte importante de la población", y en particular los mayores, los discapacitados, los emigrantes o los colectivos sociales más desfavorecidos, está excluidos de la "revolución" tecnológica.
Para superar esos problemas, la organización aconseja la difusión y el uso del software libre y de equipos informáticos asequibles en los países en desarrollo, la creación de más centros públicos que faciliten el acceso a Internet y la elaboración de contenidos adaptados a los grupos desfavorecidos. El informe enfatiza la necesidad de invertir más en la educación de calidad para asegurar la igualdad de oportunidades y de que los países donantes faciliten a los más pobres "recursos adicionales para lograr el objetivo de una educación universal".
Además, aboga por que universidades, museos, bibliotecas y otros centros permitan el acceso libre a toda la información que sea de dominio público (ya no cubierta por la protección de los derechos de propiedad industrial o intelectual). La UNESCO aconseja además la colaboración entre regiones y países y una mayor cooperación en el área del medio ambiente, donde debería crearse un sistema de alerta global para afrontar catástrofes naturales como huracanes o tsunamis, señaló la directora adjunta de la UNESCO. También recomienda la elaboración de estándares y normas que permitan a los usuarios de Internet identificar la información más fiable y mayores esfuerzos para aumentar la participación femenina en la sociedad del conocimiento.

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