LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

segunda-feira, outubro 03, 2005

Turquia: será desta?

Os Estados membros da União Europeia chegaram hoje a acordo sobre o início das negociações de adesão com a Turquia. Segundo fontes diplomáticas, o acordo foi obtido depois de a Áustria ter desistido da proposta de atribuição à Turquia de um estatuto de parceria, em vez do de membro de pleno direito. Embora se desconheçam mais pormenores sobre o compromisso alcançado, membros de várias delegações confirmaram ter sido possível eliminar também as últimas reticências de Chipre. A presidência britânica da UE enviou hoje à Turquia um texto sobre o âmbito das negociações de adesão daquele país, já com o assentimento da Áustria e do Chipre. O porta-voz do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, negou hoje que a Turquia tenha concordado com as condições propostas pela UE num novo documento para o início das negociações de adesão. «As negociações prosseguem. Ainda não há acordo», disse Akif Beki, depois de a imprensa turca ter noticiado que o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Abdullah Gul, tinha aprovado o documento que delimita o âmbito das negociações proposto pela UE e se preparava para viajar para o Luxemburgo.

Desastre aéreo debatido em Portugal...

O presidente do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), Anacleto Santos, reuniu esta semana a comunidade aeronáutica nacional para dizer que: «Se os acidentes de Agosto fossem em Portugal não estaríamos preparados». O investigador advertiu que «faltam técnicos de aeronáutica, de controlo de tráfego aéreo, engenheiros» e outros especialistas.
Perante uma audiência atenta, o responsável salientou que, em matéria de investigação de acidentes aéreos, Portugal precisa de «uma espécie de corpo de bombeiros voluntários». A cooperação com outras entidades nacionais e estrangeiras é uma alternativa para colmatar falhas neste sector, contudo, «por vezes, essa colaboração não funciona bem», garantiu Anacleto Santos. O responsável pelo GPIAA fez questão de alertar e recordar aos presentes que «a responsabilidade não se delega».
Para justificar os seus receios, o investigador trouxe a Portugal uma das mais conceituadas especialistas em comunicação na área da aviação civil, a norte-americana Linda Tavlin. Professora universitária e na academia da autoridade reguladora da aviação nos EUA, a Federal Aviation Administration, Tavlin tem sido consultora nos mais recentes desastres aéreos, inclusive em alguns registados este Verão. A especialista veio a Portugal confirmar que é urgente criar uma plataforma multidisciplinar de técnicos e advertir a comunidade aeronáutica nacional para os erros que se comentem durante a investigação de um acidente, sobretudo no que respeita à comunicação com as famílias das vítimas e com os Media.
O que os presentes ouviram foi uma proposta de revolução na forma como as instituições, todas no geral, funcionam no nosso país. Linda Tavlin garantiu que, em caso de acidente, a informação à comunicação social não pode ser feita pelos representantes institucionais e, muito menos, pelos gestores. «São os técnicos e os investigadores que têm de dar as explicações possíveis, isto é, os factos», alertou. Ao invés do que é habitual em Portugal, Tavlin garante que os administradores-delegados devem ficar fora da relação com os Media porque «são bons a conversar com bancos ou advogados, mas não fazem ideia nenhuma sobre as questões técnicas que os jornalistas querem saber». «Depois de um acidente aéreo, a primeira coisa que os familiares perguntam é: 'Porque foi que o meu familiar morreu'», explicou a especialista.
À assistência, Linda Tavlin recordou que «na aviação nada é aleatório», logo «as empresas de aviação só devem comunicar os factos e nada mais». Isto é, possíveis causas da queda da aeronave são especulações que «podem arruinar a aviação do país», acrescentou. Nesse sentido, explicou que perante um acidente aéreo a primeira preocupação a ter é com os investigadores, depois com os reguladores, os advogados e seguradoras, as famílias e, por último, os jornalistas. No entanto, lembrou: «As famílias nunca vão esquecer o acidente», pelo que as companhias também não o podem fazer. Tavlin disse aos representantes das transportadoras aéreas portuguesas que um acidente com uma aeronave obrigará a empresa «a ser muito sensível com os familiares e a criar, por exemplo, um encontro anual em homenagem às vítimas do acidente». Na parte final da sessão, a especialista mostrou alguns vídeos com exemplos do que não se deve fazer. Foi o caso de um administrador de uma companhia que após a queda de um avião da sua frota se apresentou aos jornalistas com roupas coloridas e com um ar jovial. O encontro serviu para repensar alguns métodos até aqui em prática e foi patrocinado pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, pela NAV e pelas companhias TAP, Grupo SATA e Air Luxor. Teve ainda o apoio de associações do sector como a Associação dos Pilotos Portugueses de Linha Aérea, a Associação Portuguesa dos Controladores de Tráfego Aéreo, a Associação Portuguesa das Empresas Operadoras de Aeronaves, entre outras entidades (Expresso online)

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