LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

quinta-feira, outubro 13, 2005

Futebol: não será tarde?

Presidente da FIFA critica capitalismo selvagem no futebol

O presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA), Joseph Blatter, criticou severamente a movimentação de "quantias obscenas" responsáveis pelo "capitalismo selvagem" que tem vindo a "sufocar" o mundo do futebol, num artigo publicado ontem no diário económico britânico Financial Times.Para o suíço, chegou-se a um ponto em que é urgente pôr fim aos excessos praticados, de forma a proteger as raízes de um desporto com mais de 1300 milhões de adeptos em todo o mundo. "Um reduzido número de clubes afortunados são mais ricos que nunca", alertou Joseph Blatter, que lamentou o desconhecimento sobre a origem desta riqueza. A preocupação da FIFA está na natureza dos interesses que estão por detrás destes investimentos exorbitantes de dinheiro. "Há muita gente a servir-se do futebol para fins paralelos e obscuros", disse o presidente da FIFA ao Financial Times.Blatter garantiu que "a FIFA não vai ficar de braços cruzados", acrescentando que "o organismo não permitirá que a ganância se apodere do futebol."Críticas implícitas ao ChelseaO homem forte da FIFA alertou também para a falta de competitividade entre os clubes, motivada pelos desequilíbrios financeiros. "Qual é o interesse de um campeonato quando o vencedor já está decidido ao fim de cinco jornadas?", interrogou-se Blatter, que, sem ter referido nomes, deixou implícito que um dos alvos principais das suas críticas é o Chelsea, da Premier League inglesa, cujo proprietário - Roman Abramovich - já gastou mais de 500 milhões de euros na compra de jogadores treinados por José Mourinho e que está com nove pontos de avanço sobre o segundo classificado apenas com oito jornadas disputadas na liga inglesa.O presidente da FIFA culpou também os especuladores por aquilo que chamou "nova escravatura". "Os especuladores compram os direitos comerciais dos jogadores mais jovens para garantir grandes ganhos sempre que patrocinam transferências", explicou Blatter. Deste modo, "empresários pouco credíveis" conseguem tranferências milionárias, permitindo que jogadores "semianalfabetos e frequentemente mal-falantes ganhem 150 mil euros por mês", concluiu.As reacções não se fizeram esperar. Gordon Taylor, director executivo do Sindicato de Futebolistas Britânico (SFP) classificou os comentários de Blatter de "grosseiros e extremamente ofensivos" e acusou o suíço de "morder a mão de quem lhe dá de comer".

Discriminação das mulheres impede eliminação da pobreza

por Isabel Leiria
O mundo nunca erradicará a pobreza, enquanto não eliminar a discriminação física, económica e social de que continuam a ser vítimas as mulheres. "O apartheid de género" pode mesmo pôr em causa o cumprimento do objectivo definido pelas Nações Unidas de reduzir para metade os níveis mundiais de pobreza extrema até 2015, alerta-se no relatório anual da ONU sobre a situação da população mundial, divulgado ontem."Não podemos fazer da pobreza um fenómeno do passado enquanto não pararmos a violência contra mulheres e raparigas e enquanto as mulheres não gozarem por inteiro os seus direitos", reforçou Thoraya Ahmed Obaid, directora-executiva da Fundo Nações Unidas para a População, durante a apresentação do relatório, em Londres e citada pela Associated Press. De acordo com o documento, a aposta na igualdade de géneros e na melhoria da saúde reprodutiva poderia salvar a vida de dois milhões de mulheres e de 30 milhões de crianças nos próximos dez anos. Ao mesmo tempo, milhões de pessoas não conseguiriam sair da pobreza a que estão condenadas se nada for feito. E é por isso que, dos oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, acordados em 2000 por dirigentes de 189 países, as Nações Unidas elegem o da promoção da igualdade de géneros como "crítico" para o cumprimento das restantes sete metas. Universalizar o ensino primário, reduzir em dois terços a mortalidade infantil e a taxa de mortalidade materna ou o combate ao HIV/Sida são outras das intenções.O aumento das oportunidades políticas, económicas e educativas das mulheres levará a "uma melhoria das perspectivas económicas, à redução dos agregados familiares, crianças mais educadas e saudáveis, taxas de prevalência do HIV menores e à diminuição das consequências nefastas na saúde de práticas tradicionais", justificou Thoraya Ahmed Obaid. Evolução tem sidodemasiado lentaO problema, constata a ONU, é que o cenário permanece negro para muitas mulheres. Em pleno século XXI, a violência mata ou causa danos a tantas mulheres e raparigas entre os 15 e os 44 anos como o cancro. A falta de métodos contraceptivos é responsável por 76 milhões de gravidezes indesejadas nos países em desenvolvimento. E todos os anos são praticados 19 milhões de abortos sem condições. "Isto tem como consequência 68 mil mortes", lê-se no relatório.A ONU diz que se se evitassem as gravidezes involuntárias através do acesso ao planeamento familiar poderiam evitar-se 20 a 35 por cento das mortes maternas e salvar-se a vida a mais de 10 mil mulheres por ano. O número pouco se alterou na última década. Em termos globais, muitos países registaram progressos. O problema é que a evolução tem sido demasiado lenta, conclui a ONU. O investimento necessário para que os objectivos consagrados na Declaração do Milénio nem sequer é assim tão avultado. Bastaria que os países industrializados cumprissem o acordo assumido há 35 anos de atribuir 0,7 por cento do PIB à ajuda pública ao desenvolvimento, nota ainda o relatório. "Se os líderes mundiais decidirem fazê-lo, penso que as metas podem ser atingidas até 2015. A questão é saber se existe a vontade política de fazer este investimento", afirmou Obaid. A educação das raparigas e das mulheres, a informação sobre saúde reprodutiva e serviços nessas áreas, bem como a garantia dos direitos económicos das mulheres são tidas como áreas onde os investimentos poderão ser particularmente eficazes
Indicadores
1 em cada 3 mulheres corre o risco de ser vítima de abuso sexual, físico ou psicológico ao longo da sua vidaMais de 600 milhões de mulheres são iletradas, em comparação com 320 milhões de homens 2 em cada 3 raparigas na Ásia do Sul e metade nos países da África subsariana não concluem a escola primáriaEm cada minuto que passa morre uma mulher devido a complicações resultantes do parto ou da gravidez e 20 ficam com lesões ou incapacidades gravesQuase 3 milhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia7 mil jovens são infectados pelo HIV todos os dias

Regimes comunistas e islâmicos entre os que mais atentam contra a liberdade religiosa

por António Marujo

Vários países de regime comunista ou islâmico estão entre os que mais gravemente atentam contra a liberdade religiosa no mundo. A estes devem acrescentar-se situações de guerras civis ou conflitos inter-étnicos, por vezes agravados com questões religiosas. Estas são algumas das conclusões que se podem retirar da leitura do Relatório 2005 Sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, cuja tradução portuguesa foi ontem apresentada em Lisboa. O documento é preparado originalmente em Itália pela Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), uma organização católica internacional. Apesar dessa matriz, o relatório apresenta-se como não confessional, pretendendo dar um panorama de todas as violações ou limitações ao exercício da liberdade religiosa. Agumas melhorias registadas em vários países, nomeadamente ao nível legislativo, não significam que o panorama tenha deixado de ser preocupante. Violações graves de direitos elementares e limitações burocráticas ou subtis à profissão de um credo religioso são apenas duas das situações mais típicas que se vivem em muitos lados.Entre os casos mais graves, estão a prisão, tortura e mesmo execução. Na Arábia Saudita, um regime islâmico que não permite quaisquer outras expressões religiosas públicas, Brian O"Connor, um cristão indiano, foi torturado por causa da sua crença - a posse de uma ou mais Bíblias terá sido razão suficiente. Na Coreia do Norte, o mais isolado país do mundo, de regime comunista, "o único culto permitido" é o do Presidente Kim Jong-Il e de seu pai, Kim Il-Sung. São cristãos muitos dos 100 mil presos que se calcula estejam nos campos de concentração do país - e eles são pior tratados do que os restantes prisioneiros, não escapando à fome, às sevícias e, por vezes, à execução.Há, entretanto, exemplos de regimes comunistas ou islâmicos com menos restrições à liberdade religiosa - ou, mesmo, com uma situação sem casos graves. Países como o Vietname, Laos ou Turquemenistão, entre os regimes comunistas, têm registado evolução positiva, mesmo se ainda com fortes limitações ao exercício da liberdade de crença. No caso do islão, há bons exemplo, como a Tunísia ou o Mali, em África, a Jordânia ou a Indonésia, na Ásia - embora com diferentes graus de liberdade e tolerância. Perseguição aos "infiéis" em países islâmicos
Olhando para o mapa-mundo, a Ásia e o Norte e o Centro de África são as regiões mais problemáticas. O continente asiático regista alguns dos casos mais graves: os regimes comunistas da China e Coreia do Norte têm leis que se concretizam em perseguições generalizadas contra quase todas as crenças (ver texto na página ao lado). Em países de maioria islâmica, como Arábia Saudita, Irão e Paquistão, "a perseguição aos "infiéis" atingiu níveis de emergência real", com muitos casos de prisão e tortura infligidas a cristãos mas também a bahá"ís (caso do Irão) que transgridem a lei - que as autoridades reclamam como baseada no Alcorão. Confrontos entre muçulmanos xiitas e sunitas são também comuns a esses países, bem como no Iraque. Na região do Cáucaso, assinala o relatório, os estados estão a preferir estratégias de combate ao terrorismo que passam mais pela limitação da liberdade religiosa do que pelo isolamento do fundamentalismo. No Sri Lanka e na Índia, as minorias anti-cristãs são as principais vítimas de várias leis anti-conversão e da violência de grupos fundamentalistas budistas e hindus, respectivamente. Violência e limitaçõesburocráticasEm África, as situações mais graves relacionam-se com o fundamentalismo islâmico à mistura com conflitos inter-étnicos. Sudão e Nigéria são, neste âmbito, os casos de maior gravidade. O ano de 2004 foi o da grave crise de refugiados do Darfur (Sudão), onde a crise humanitária se misturou com a guerra civil, os massacres e as perseguições religiosas. A legislação sudanesa continua a ser gravemente atentatória dos mais elementares direitos à liberdade de exprimir outro credo que não o islâmico. Na Nigéria, 12 mil pessoas morreram vítimas da violência inter-tribal e inter-religiosa. No Ruanda, as feridas do genocídio de há uma década continuam abertas e a hierarquia católica continua em julgamento, acusada de proteger vários padres envolvidos nos massacres. Egipto e Marrocos têm limitações legislativas: no último caso, as Bíblias em árabe são confiscadas e as de outras línguas têm a importação interdita. Nas Américas, os casos mais graves são os da Colômbia (ver página ao lado), Guatemala e Haiti, por razões de guerra civil, e o de Cuba, cujo regime comunista continua a limitar seriamente o exercício da liberdade religiosa. Há uma "forma de perseguição mais subtil" e já não tantas perseguições físicas, acusou o arcebispo de Havana, cardeal Jaime Ortega. Na Europa, os problemas estão sobretudo a Leste, em vários países do antigo bloco comunista: entraves burocráticos e limitações legislativas são os casos mais comuns, a par de um "estrito controlo do Estado" sobre a actividade religiosa, como no caso da Bielorrússia. O relatório recorda ainda a subsistência de tensões étnicas e religiosas na região balcânica e descreve episódios de violência envolvendo comunidades islâmicas no Reino Unido - no que se pode ler como um prenúncio dos atentados de Julho deste ano, em Londres. Também na Dinamarca, onde a Igreja Luterana é a religião de Estado, católicos e muçulmanos enfrentam alguns entraves burocráticos. O relatório fala de uma situação de liberdade, mas não igualdade.
Um relatório desassombrado, diz Marcelo
Um documento "desassombrado" sobre aquela que é "uma das primeiras liberdades", a religiosa, foi como Marcelo Rebelo de Sousa se referiu ontem ao Relatório 2005 Sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, da Ajuda à Igreja que Sofre. O professor universitário disse que o panorama é, apesar de tudo, "positivo": "Há, por todo o mundo, uma luta em crescendo no sentido da liberdade religiosa." Marcelo apontou as áreas "relativamente amplas do globo" onde se pode dizer que a liberdade religiosa é "minimamente respeitada": a União Europeia, apesar de problemas na Grécia e República Checa, bem como na Roménia e Bulgária, dois candidatos à adesão; as Américas, com algumas excepções; algumas zonas da Oceania e África; e pequenas áreas geográficas da Ásia. É neste continente que, na opinião de Rebelo de Sousa, está o caso mais grave: "No momento em que a China se converte numa superpotência, persistem restrições graves à liberdade religiosa", afirmou. E os EUA, avisou, devedores da China, "não podem esquecer-se das liberdades". Outra área preocupante é a dos fundamentalismos, que estão "a crescer e a impedir" o exercício da liberdade religiosa. Por isso Marcelo pensa, tal como se expressa no relatório, que a melhor forma de os combater não é ficar apenas pela repressão. "Ligeiramente preocupante" é o que se passa na Europa Ocidental, com a tentativa de reduzir a religião aos templos, bem como no Leste, com as dificuldades burocráticas. Angola e Moçambique também deram passos positivos
Indicadores
Guerras, perseguições a quem tem fé em Deus, conflitos inter-religiosos - em muitos lugares do mundo, e por razões diversas, professar uma religião pode ser perigoso. Aqui se registam quatro exemplos diferentes a partir do relatório 2004 da Liberdade Religiosa no Mundo. China"Sistemáticas violações""Substanciais e sistemáticas violações" é a expressão usada para caracterizar o que se passa na China, em "consequência da exigência governamental de controlar todas as organizações religiosas". À falta de liberdade existente somou-se, em 2004, a promulgação de várias leis de controlo. A possibilidade de deter como "criminosos comuns" todos aqueles que estejam fora das organizações religiosas controladas pelo Estado é uma das consequências, diz o documento. A 30 de Novembro, o primeiro-ministro, Wen Jiabao, assinou um decreto regulamentando locais de culto, membros e actividades dos grupos religiosos - um documento positivo por já não fazer referência às cinco confissões religiosas reconhecidas (budismo, taoísmo, islão, protestantismo e catolicismo) e pelo seu carácter nacional. Ao mesmo tempo, criaram-se muitas dificuldades burocráticas e o Governo promoveu "uma nova campanha para o ensino e a difusão do ateísmo", tentando responder ao crescente interesse dos chineses (incluindo no interior do Partido Comunista) pela religião. Um documento secreto do PC chinês confirma a proibição de os seus membros pertencerem a uma confissão religiosa. O relatório assinala ainda a detenção de vários católicos sujeitos a intimidações, interrogatórios e doutrinação forçada. O Governo de Pequim argumenta com a legislação, para contestar as acusações de tratar as religiões de forma injusta. Numa população de 1300 milhões de pessoas, mais de metade é agnóstica, 28,5 por cento professam religiões tradicionais chinesas, budistas são 8,4 por cento e os cristãos não devem passar de sete por cento (mais de 350 mil estão em Hong Kong). Sri LankaAjudar pode ser perigosoEm 2004, houve no Sri Lanka (mais de 19 milhões de habitantes) uma escalada de violência de grupos fundamentalistas budistas contra as minorias cristãs (9,4 por cento da população), sobretudo evangélicas, acusadas de proselitismo agressivo. Mais de 60 igrejas e locais de culto foram atacados na primeira metade do ano. Duas propostas de lei em discussão, que visam proibir "conversões forçadas", ameaçam restringir a liberdade também para a maioria budista (68 por cento), avisa o relatório. Nessas propostas, que mereceram reservas da Conferência Episcopal católica e do Conselho Nacional Cristão (protestante), criminaliza-se qualquer forma de caridade e ajuda. De acordo com a Christian Solidarity Worldwide, isso põe em risco o trabalho das organizações cristãs junto dos mais necessitados, cuja importância foi confirmada no apoio às vítimas do tsunami de Dezembro último. O relatório, referente a 2004, já não refere eventuais consequências desse facto na convivência inter-religiosa. ColômbiaGuerra, refugiados e raptosNum contexto de violência e guerra civil, com o cortejo de sistemáticas violações de direitos humanos inerente, a Colômbia vive uma das piores situações da América Latina: só em 2004, mais de três mil civis foram mortos por razões políticas, pelo menos 600 desapareceram e 2200 pessoas foram raptadas. Empenhados no embrionário processo de mediação e reconciliação e em projectos de apoio a refugiados (mais de três milhões), missionários e responsáveis da Igreja Católica (39 milhões de baptizados, numa população de 41 milhões) são apanhados entre dois fogos: o Exército e os paramilitares, e os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Em Julho, o bispo de Yopal, com mais dois padres e um presidente de câmara, foi raptado pelo ELN durante três dias (os companheiros foram libertados após umas horas). O bispo teve que andar depois três horas até ao local onde seria acolhido. Pelo menos 30 líderes evangélicos estão presos por todo o país. NigériaSituação "muito crítica"Na Nigéria (mais de 121 milhões de pessoas), regista-se uma situação "muito crítica". Em 2004, verificaram-se vários episódios de violência em diversos estados da confederação por parte de autoridades e grupos fundamentalistas islâmicos contra os cristãos (cerca de 45 por cento da população, tal como os muçulmanos). Dos confrontos, resultaram 12 mil mortos. Desde a introdução da sharia, em 1999, em 12 estados nigerianos, registaram-se outros dez mil mortos. Centenas de milhares de pessoas (cristãos, na maior parte) foram forçadas a deixar as casas. A polícia descobriu uma célula da Al-Qaeda, registaram-se confrontos inter-religiosos no estado de Plateau (1500 mortos, 173 igrejas destruídas), além de outros episódios de violência em cidades como Yelwa e Garkawe (Publico)

E esta?!

Revelado plano de Lawrence da Arábia para o Médio Oriente

Foi descoberto um mapa de divisão do Médio Oriente elaborado por T. E. Lawrence e apresentado em Novembro de 1918 ao Gabinete de Guerra britânico. As fronteiras do Iraque, por exemplo, seriam muito diferentes das de hoje: propunha governos distintos para as áreas dominantemente curdas e para as árabes. É uma das novidades da exposição Lawrence of Arabia: The Life, The Legend, que é amanhã inaugurada no Imperial War Museum, de Londres. Thomas Edward Lawrence (1888-1935) foi oficial e agente britânico junto dos árabes, impulsionando a sua revolta contra o Império Otomano durante a I Guerra Mundial. Prometeu uma confederação árabe ao xerife de Meca, Hussein ibn Ali. Mas franceses e ingleses negociaram secretamente a divisão da região entre si, com fronteiras arbitrárias que originaram inúmeros conflitos. Foi o acordo Sykes-Picot, de Maio de 1916.A proposta de Lawrence foi categoricamente rejeitada pela administração britânica na Mesopotâmia. "O mapa mostra que as opiniões dos que conhecem bem a região foram frequentemente ignoradas, na medida em que Londres e Paris tinham as suas próprias agendas e não se preocupavam com os factos no terreno ou com os povos dessas áreas", declarou à BBC Hania Fahran, especialista do Médio Oriente e Norte de África na Economist Intelligence Unit (Publico online)

Que estranha Europa esta...

Europa pressionada a reforçar o seu arsenal
Os ministros da Defesa da União Europeia reúnem-se hoje na Grã-Bretanha para debaterem formas de estimular as capacidades europeias em matéria de armamento e de abrir um mercado considerado opaco. Nas suas pastas terão certamente um relatório, divulgado ontem, elaborado por dois generais na reforma que ocuparam cargos na NATO e que consideram que a UE deve coordenar melhor a sua defesa, se quiser combater eficazmente as novas ameaças, nomeadamente as terroristas. Os dirigentes europeus "carecem da vontade política" que permitiria melhorar as capacidades de defesa, consideram o americano Joseph Ralston, comandante-chefe da NATO até 2003, e o alemão Klaus Naumann, presidente do comité militar da Aliança Atlântica entre 1996 e 1999. O relatório, encomendado pelo Centro de Estudo Estratégicos e Internacionais, de Washington, sublinha o défice da UE em matéria de aviões de transporte, de sistemas de comando e de forças de operações especiais. Deixar as coisas como estão, dizem os generais, "é uma receita para o desastre".

Deu-lhes a pressa de repente?

Partidos querem rever candidaturas independentes
Sofia Branco

Oposição acusou o Governo de "autismo" por não querer fazer leitura nacional das autárquicas
O debate destinava-se a avaliar os resultados das autárquicas, mas a discussão de ontem na Assembleia da República acabou por se centrar na necessidade, defendida pela generalidade das forças políticas, de rever a lei eleitoral autárquica no que toca às candidaturas independentes. O PS constatou que "alguns agentes do poder local constituem um factor de desconfiança nas instituições" e que se assiste "à emergência de um populismo autoritário que provoca o Estado de direito". Nesse sentido, Alberto Martins, presidente do grupo parlamentar socialista, destacou a necessidade de, sem questionar as candidaturas independentes, aprimorar o "regime de inelegibilidades e impedimentos".Também o PSD é favorável a um "aperfeiçoamento" da lei eleitoral autárquica, em linha com o objectivo do líder do partido, Marques Mendes, de "devolver credibilidade à acção política". O secretário-geral, Miguel Macedo, desafiou as outras bancadas para repensarem "de forma profunda" as regras que tornam elegíveis candidatos "que não cumprem as suas obrigações com a justiça".O vice-presidente do CDS-PP, Anacoreta Correia, mostrou-se preocupado com a "indiferença dos cidadãos perante a justiça" - que revela "uma crise profunda de valores" - e defendeu que a lei eleitoral não pode "ser refúgio" para situações que "representam a perversidade da alegada "independência"".Luís Fazenda, deputado do BE, mostrou-se confiante que, à semelhança de Amarante, "a vida se encarregará de repor os trilhos da ética democrática" noutros locais. Para os bloquistas, "fenómenos como Gondomar, Felgueiras ou Oeiras resultam da excessiva personalização do poder municipal". Um risco que, alertam, pode aumentar com os executivos autárquicos homogéneos e os círculos uninominais defendidos pelo PS e PSD.O PCP e Os Verdes não se pronunciaram sobre os independentes, mas também não se manifestaram contra as observações dos restantes partidos. Nenhuma força política avançou com datas precisas para apresentação de propostas concretas nem materializou o conteúdo das alterações que pretende ver introduzidas. A propósito do reforço do poder local, o PS lembrou as suas propostas de reformar a lei de financiamento dos órgãos locais e de apostar na descentralização. Sobre esta matéria, o PSD lançou um ultimato aos socialistas, dizendo que "[é] inaceitável a hesitação política" nesta matéria. "Ou o Governo toma a iniciativa que se impõe, ou o PSD avançará com as propostas que se exigem", afirmou Miguel Macedo.Oposição dá dimensão nacional aos resultados A oposição conferiu, em bloco, uma dimensão nacional aos resultados das autárquicas de domingo. Mesmo o PSD, que voltou a dizer que não pretendia pôr em causa a "estabilidade governativa", não resistiu a desafiar o Governo a "tirar adequadas ilações no plano nacional".Alberto Martins rejeitou, seguindo as declarações do primeiro-ministro, fazer qualquer leitura nacional, defendendo que a legitimidade de uma maioria absoluta "em nada fica diminuída ou reforçada com estas eleições". "O Governo e o PS continuarão firmes na política traçada até aqui", declarou.À direita e à esquerda, ouviu-se muito a palavra "autismo" em referência ao Governo. O presidente da bancada comunista, Bernardino Soares, classificou de "absurdo" o facto de o PS se recusar a ler o desfecho eleitoral com base no "descontentamento generalizado da população com a sua política".Na análise dos resultados de domingo, todos os partidos políticos reivindicaram para si determinadas vitórias, tendo alguns reconhecido também derrotas claras: o BE, pela não eleição de um vereador no Porto, o CDS-PP, por ter baixado a sua prestação individual, o PS, pelos resultados "aquém das expectativas". O debate começou com um ataque do líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Melo, ao BE, a propósito do indiciamento da presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, única autarquia presidida pelos bloquistas. Em reacção à declaração política de Luís Fazenda, que não fez qualquer menção ao caso, mas não se coibiu de mencionar outras situações envolvendo eleitos a contas com a justiça, Melo criticou o BE por este se apresentar como "partido impoluto", mas criticar o que se passa "em casa alheia". Luís Fazenda clarificou que Ana Cristina Ribeiro "não é acusada" e que "o caso não envolve qualquer acto camarário". "Não confunda alhos com bugalhos, uma coisa não tem nada a ver com a outra", afirmou.

Banca tem mais pensionistas que funcionários

Com as reestruturações dos últimos anos, quatro dos cinco maiores bancos portugueses já têm mais reformados do que colaboradores no activo, ou seja, os respectivos fundos de pensões têm mais beneficiários do que contribuintes. Os fundos estão provisionados, mas a tendência não é sustentável. No total, o Banco Comercial Português, Banco Espírito Santo, Banco BPI e Banco Santander Totta contavam com quase 28,6 mil funcionários activos no final do ano passado. Já o número de reformados e pensionistas ascende a perto de 32,5 mil pessoas. Ou seja, o total de beneficiários dos fundos de pensões daqueles bancos superava em mais de 13% o número de colaboradores que continuava a contribuir para aquelas carteiras.

Estado recuperou apenas metade das dívidas fiscais

As dívidas ao fisco e à Segurança Social, vendidas pelo Executivo de Durão Barroso ao Citigroup, estão abaixo do previsto, o que levou a agência internacional Fitch a reduzir as notações de rating de algumas tranches de reembolsos de impostos em execução fiscal.
O Estado português vendeu em Abril de 2004 cerca de 11,4 mil milhões de euros de dívidas fiscais dos contribuintes, em contrapartida de um encaixe imediato no valor de 1,73 mil milhões de euros, o que permitiu colocar o défice de 2003 abaixo dos 3,0% do PIB
Até agora, o Estado conseguiu recuperar 588 milhões de euros em dívidas de contribuintes ao fisco e à Segurança Social, por conta do reembolso da dívida, mas a agência de rating Fitch afirma que as cobranças totais representam apenas 56% do valor previsto inicialmente pelos seus analistas.
As cobranças "têm sido relativamente baixas desde o início da operação", afirma a Fitch, ontem em comunicado, embora reconheça que a cadência mensal de recuperação dos créditos está a aumentar. Entre Março de 2004 e Feve- reiro deste ano, a cobrança mé- dia mensal situou-se nos 30,9 milhões de euros. Mas já para os últimos seis meses, terminados em Agosto passado a cobrança mensal vencia a um ritmo de 35 milhões de euros.
Apesar desta recuperação dos créditos fiscais, a casa de rating estima que as próximas tranches poderão vencer a um ritmo menor. Isto pode estar associado à impossibilidade de cobrança de dívidas dos contribuintes vencidas até ao final de 2003 e que foram o objecto da titularização dos créditos
"Os resultados actuais", da cobrança dos créditos, "serão monitorizados de perto", afirma em comunicado a agência Fitch, que considera "fundamental" o desempenho da cobrança "ao longo dos próximos seis a 12 meses" para avaliar o "comportamento global da operação". O Governo já teve de recorrer à substituição de alguns créditos fiscais anteriores a 2003, por impossibilidade de cobrança, o que pode afectar o desempenho da receita fiscal, afectando as contas orçamentais de 2005 (DN de Lisboa)

Gripe das Aves - BLOG recomendsado

Passarada Engripada é um blog integralmente dedicado à gripe das aves, que foi criado hoje por portugueses. Trata-se de uma iniciativa que aplaudimos, que recomendamos e para a qual todos deveríamos colaborar porque precisamos todos de saber o que se passa. A primeira impressão deste blog é positiva e poderá constituir um elemento de consulta importante. Junte o “Passarada Engripada” (http://passaradaengripada.blogspot.com) aos vossos favoritos.

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