LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

segunda-feira, setembro 26, 2005

As eleições alemães e os blogs: o depois

Blogueiros montam quebra-cabeça dos partidos

Como a blogosfera alemã está captando o impasse eleitoral no país? Opinião é o que não falta. O que seria da mídia alemã sem seus blogs? Na cobertura das eleições de domingo passado (18/09), enquanto as câmeras de tevê ficaram coladas nos políticos engravatados, a observação livre do acontecimento na internet oferecia impressões interessantes às margens do espetáculo.
A comunidade de blogueiros comentou de forma variada o fato de que nem o governo e nem a oposição na Alemanha tem maioria para governar o país. No spielverderber.twoday.net, Moccalover não via luz no fim do túnel: "De fato, o resultado espelha perfeitamente a situação: o premiê quis pressionar uma decisão, convocando novas eleições, mas os eleitores só fizeram confirmar o empate que poderiam ter eliminado".
"Governos por um triz"
A sensação de que a política se encontra num beco sem saída foi descrita por Sven Lehmann no wahlblog.de: "A clareza ainda é menor do que antes das eleições. Vai ser interessante ver o novo rumo da Alemanha sob esses 'governos por um triz', como os que tivemos nos últimos anos".
O comportamento do premiê Gerhard Schröder logo depois da apuraçao dos votos também gerou muita discussão. Markus Schlegel disse no wahlblog.de que "Schröder parece ter perdido qualquer senso de realidade", por ter se comportado como vencedor do pleito. A candidada da oposição, Angela Merkel, também não recebeu nenhum elogio. "Parece que Merkel tem que derrubar Schröder dentro do SPD ou colocar liberais e verdes nos eixos", disse Mathias Fischer no wahlblog05. E as especulações por parte dos adeptos do governo não são muito diferentes. Em seu blog Von Herzen links (Esquerda de coração), a política social-democrata Andrea Nahles questiona se "será mesmo Angela Merkel quem vai liderar as negociações de coalizão para os partidos cristãos".
Divórcios e casamentos forçados
Os partidos pequenos também estão na mira dos blogueiros. O Partido Liberal (FDP), por exemplo, provocou muita discussão, ao se negar terminantemente a compor com social-democratas e verdes. Uns elogiam o "comportamento de estadista" do líder liberal Guido Westerwelle, enquanto outros atacam o "purismo" do partido e seu recuo "no canto dos vencedores desiludidos". "Na minha opinião, receber os votos do eleitorado implica responsabilidade de colaborar de forma construtiva com a composição do governo. Com um percentual tão significativo de quase 10% dos votos, automaticamente vinculado à oposição conservadora, os liberais aumentam ainda mais a dificuldade de formar uma nova coalizão", opina Lambach, no küchenkabinett.
Quem vai integrar a coalizão de governo e quem vai ficar na oposição? Os blogueiros não economizaram especulações. Considerando que liberais, verdes e esquerdistas já insinuaram que se vêem na oposição, Peter Hamm prevê no buergerblog uma grande coalizão entre social-democratas e democrata-cristãos. Mas esta alternativa não é vista com muito otimismo pela comunidade de blogueiros. No wahlblog05, Ellebee teme caos, em caso de uma grande coalizão: "Independente do que for negociado, vai ser um casamento forçado e com demasiadas concessões".
Alternativas inusitadas
Mas as coisas não precisam ser como sempre foram. No fuckup.twoday.net, Hackmeck deixa de lado combinações já cogitadas, como uma "coalizão Jamaica", com democrata-cristãos e social-cristãos (preto), liberais (amarelo) e verdes, ou uma "coalizão semáforo", com social-democratas (vermelho), liberais e verdes, e propõe uma "coalizão Namíbia": social-democratas, verdes e social-cristãos (azul). Basta acompanhar a argumentação de Schröder e dividir os conservadores cristãos em CDU (União Democrata Cristã) e CSU (União Social Cristã, da Baviera): isso já possibilitaria a combinação mais criativa entre vermelho, verde e azul. Isso só daria certo se os cristãos bávaros concordassem, é claro. Apesar de todos os palpites, nenhum blogueiro arrisca fazer prognósticos sobre o futuro governo da Alemanha. Concluindo como Dirks no bembelkandidat.blogg.de, daria para dizer que "a única coisa que resta à blogosfera é ler o futuro na borra do café, a não ser que algum político resolva publicar no seu blog pessoal, em primeira mão, uma composição de governo que tenha um efeito bombástico" (voz da Alemanha - http://www.dw-world.de)

As eleições alemães e os blogs: o antes

O variado mundo dos blogs eleitorais

Com as eleições parlamentares antecipadas abriu-se um novo nicho no mundo dos blogs. Com leilões, debates ou maluquice pura, os blogueiros alemães marcam o ritmo para o evento.
Cerca de 70 weblogs em alemão dedicam-se às eleições parlamentares de 18 de setembro no país. A DW-WORLD explora esse admirável mundo novo: coisas importantes e coisas excêntricas nos novos blogs eleitorais.
Ficou maluco?
Mein Parteibuch (Meu diário partidário) é um experimento relativamente ousado do blogueiro Marcel Bartels. O berlinense pretende, através de seu diário online, descrever como a filiação ao Partido Social Democrata (SPD) o está modificando como ser humano. Após 68 dias de atividade social-democrata, pode-se constatar que a vida política não fez bem a Bartels: seus sentimentos estão decididamente embaralhado. E, no entanto, tudo havia começado tão bem: Marcel visita o jardim zoológico e tira uma foto sua com a carteirinha do partido (também parteibuch). Encontra o secretário-geral – "Vejam só, deu até para trocar umas palavrinhas amigáveis com o Klaus Uwe" – e tira uma foto. Sai para colar cartazes, tira nova foto e constata que a atividade "nem dá calos nas mãos".
Mas a partir de certo ponto o blogueiro pira, desenvolve teorias de conspiração mirabolantes, publica supostos chats com jovens senhoras, e passa a acreditar que poderá ser assassinado por políticos, devido a suas atividades. Não é à toa que o próprio blog do SPD fez questão de se distanciar do Mein Parteibuch.
Conclusão: um blog esquisito e meio desconfortável. Socorro! Depressa, fora daqui, sigamos para o site do Fundo de Cidadãos do Partido Liberal Democrata (FDP).
Fé no futuro e paciência de esperar
"Libertem nosso país!" Um rapaz sem camisa, fotografado de costas, parece bradar a mensagem para todo o mundo. Seus braços cheios de músculos e brilhosos abarcam todo o céu azul metálico. As palavras "Liberdade em vez de burocracia" atravessam o banner de entrada da página do Fundo de Cidadãos dos liberais (FDP-Bürgerfonds) na internet. Bonito. "A Alemanha precisa de uma grande arrumação" é o título de um dos textos. Como os liberais pretendem realizar essa tarefa? "O famoso humorista Jörg Knörr retratou nosso presidente honorário". Ahá... Em breve os quadros estarão sendo leiloados na Ebay. Interessante. "Em breve" haverá mais notícias sobre essa promoção. Por enquanto só se pode comprar mesmo na Ebay um bóton do FDP, por um euro. No momento ninguém está interessado, portanto voltemos à página dos liberais. Lá está sendo sorteada uma garrafa de vinho. E charutos. É isso o que chamam de campanha interativa? À guisa de atrativo moderno, o partido oferece "informações-relâmpago por SMS". Basta teclar o número do celular e esperar. Meio dia mais tarde não há infelizmente ainda o menor traço da prometida "vantagem informática".
Conclusão: Em breve mais notícias sobre essa promoção?
Enfim: informação e inteligência!
O site wahlblog05.de, em contraste, mostra como organizar um blog eleitoral de forma inteligente e também útil para o usuário. O projeto da Iniciativa de Democracia Interativa foi o primeiro weblog dedicado às próximas eleições. No blog de grupo debatem, ao lado dos iniciadores, também deputados do Bundestag (Parlamento alemão) e especialistas de renome.Christoph Bieber, do Centro de Mídia e Interatividade, analisa, por exemplo, o novo site do chanceler federal, Gerhard Schröder, com precisão: "Nesta temporada a ordem é 'chanceler light', em vez de 'chanceler até encher o saco'. O lado personality de Gerhard Schröder consegue se apresentar com relativamente pouco páthos e algazarra." Inclui um blog do desenhista político Klaus Staeck.
Conclusão: acompanha a campanha eleitoral 2005 de forma informativa e contemporânea (voz da Alemanha - http://www.dw-world.de)

Os alemães já começam a emigrar...

Leiam que é preocupante:

O desemprego em massa, que atinge cerca de cinco milhões de pessoas, a falta de perspectivas num mercado de trabalho cada vez mais especializado e a actual instabilidade política estão a levar os alemães a emigrar em busca de melhor sorte. O novo êxodo é o maior desde o fim da Segunda Guerra Mundial e atinge sobretudo dois grandes grupos de trabalhadores a construção civil e as profissões técnicas, com predominância para a indústria metalúrgica. Pela primeira vez o número de emigrantes ultrapassou o de imigrantes Os números do Departamento de Emigração da Agência Federal do Trabalho (ZAV), que correspondem às solicitações da mão-de-obra especializada, falam por si em 2005, cerca de 130 mil alemães deixaram o seu país para trabalhar no estrangeiro, contra 120 mil em 2004 e tudo leva a crer que esse número seja muito maior, provavelmente da ordem dos 500 mil, já que nem todos os que querem procurar um emprego no estrangeiro se dirigem aos centros da Agência Federal do Trabalho. Na União Europeia, os países preferidos para a busca de novo emprego continuam a ser a Áustria, Suíça, Países Baixos e Grã-Bretanha, onde o mercado de trabalho é mais flexível e o desemprego mais baixo. Mas também a Polónia recebe muito emigrantes alemães, nomeadamente no sector da construção civil, em grande expansão. Só no ano passado , emigraram oficialmente para esse país mais de 8500 alemães. Apesar da elevada taxa de desemprego na Polónia (19%), este atinge sobretudo a agricultura. Em contrapartida, no sector automóvel, procura-se mão-de-obra especializada. Mas o Canadá é também um outro país de destino dos alemães, especialmente de carpinteiros, marceneiros e electricistas. Os alemães são muito pretendidos em consequência da qualidade do sistema dual de formação profissional que se pratica na Alemanha.Profissões qualificadas As profissões académicas, nomeadamente a medicina, também fazem parte do grupo dos novos "nómadas do trabalho". Em causa estão sobretudo os médicos que trabalham em hospitais, cuja situação se tem vindo a agravar. No início de Agosto, quase dez mil médicos alemães participaram em greves de protesto contra o aumento do tempo semanal de trabalho para 42 horas, contra a redução de dias de férias e do subsídio de Natal. Além disso, os médicos acabados de formar têm de contar com turnos que excedem as 24 horas e com uma remuneração abaixo do salário de um operário especializado. Já foram registados cerca de 6100 médicos que deixaram a Alemanha, sobretudo rumo aos países escandinavos, nomeadamente a Noruega, e também ao Reino Unido, onde a par de melhores condições de trabalho e de remunerações


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