LIBERTAÇÃO

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quinta-feira, outubro 13, 2005

Futebol: não será tarde?

Presidente da FIFA critica capitalismo selvagem no futebol

O presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA), Joseph Blatter, criticou severamente a movimentação de "quantias obscenas" responsáveis pelo "capitalismo selvagem" que tem vindo a "sufocar" o mundo do futebol, num artigo publicado ontem no diário económico britânico Financial Times.Para o suíço, chegou-se a um ponto em que é urgente pôr fim aos excessos praticados, de forma a proteger as raízes de um desporto com mais de 1300 milhões de adeptos em todo o mundo. "Um reduzido número de clubes afortunados são mais ricos que nunca", alertou Joseph Blatter, que lamentou o desconhecimento sobre a origem desta riqueza. A preocupação da FIFA está na natureza dos interesses que estão por detrás destes investimentos exorbitantes de dinheiro. "Há muita gente a servir-se do futebol para fins paralelos e obscuros", disse o presidente da FIFA ao Financial Times.Blatter garantiu que "a FIFA não vai ficar de braços cruzados", acrescentando que "o organismo não permitirá que a ganância se apodere do futebol."Críticas implícitas ao ChelseaO homem forte da FIFA alertou também para a falta de competitividade entre os clubes, motivada pelos desequilíbrios financeiros. "Qual é o interesse de um campeonato quando o vencedor já está decidido ao fim de cinco jornadas?", interrogou-se Blatter, que, sem ter referido nomes, deixou implícito que um dos alvos principais das suas críticas é o Chelsea, da Premier League inglesa, cujo proprietário - Roman Abramovich - já gastou mais de 500 milhões de euros na compra de jogadores treinados por José Mourinho e que está com nove pontos de avanço sobre o segundo classificado apenas com oito jornadas disputadas na liga inglesa.O presidente da FIFA culpou também os especuladores por aquilo que chamou "nova escravatura". "Os especuladores compram os direitos comerciais dos jogadores mais jovens para garantir grandes ganhos sempre que patrocinam transferências", explicou Blatter. Deste modo, "empresários pouco credíveis" conseguem tranferências milionárias, permitindo que jogadores "semianalfabetos e frequentemente mal-falantes ganhem 150 mil euros por mês", concluiu.As reacções não se fizeram esperar. Gordon Taylor, director executivo do Sindicato de Futebolistas Britânico (SFP) classificou os comentários de Blatter de "grosseiros e extremamente ofensivos" e acusou o suíço de "morder a mão de quem lhe dá de comer".

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