LIBERTAÇÃO

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quarta-feira, novembro 09, 2005

Senado dos EUA autoriza exploração petrolífera em refúgio natural do Alasca

Rita Siza, Washington
Organizações ecologistas começaram já uma intensa campanha para evitar a mudança da legislação, contestando os argumentos apresentados pelos republicanos
O Senado norte-americano aprovou a realização de trabalhos de prospecção e exploração de petróleo e gás natural em várias áreas naturais protegidas do estado do Alasca. Determinou, ao mesmo tempo, que os produtos combustíveis resultantes dessa actividade não poderão ser exportados para outros países. A proposta foi incluída num vasto plano de corte de despesas para os próximos cinco anos, que prevê reduções drásticas numa série de programas federais e que, segundo os cálculos avançados pelos republicanos, permitirá uma poupança de 39 mil milhões de dólares.O Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Árctico, no Alasca, é das regiões ecologicamente mais preservadas dos Estados Unidos. É também uma das áreas mais ricas em recursos energéticos, cuja exploração tem permanecido, até agora, uma miragem para as principais companhias petrolíferas americanas. As várias tentativas políticas para autorizar a prospecção no Alasca nunca passaram no Congresso, que nas várias vezes que foi solicitado a pronunciar-se manteve a proibição vigente da extracção em reservas ecológicas e naturais. Na quinta-feira passada, uma derradeira tentativa de manter a questão petrolífera do Alasca de fora do pacote legislativo da revisão orçamental, subscrita pela senadora democrata Maria Cantwell, acabou por ser derrotada numa votação tangencial que registou 51 votos a favor e 48 contra. Desta vez, os argumentos usados pela maioria republicana para justificar o recurso ao petróleo do Alasca parecem ter maior aceitação junto da opinião pública americana, confrontada com a crescente escalada do preço dos combustíveis.
"É tempo de fazermos alguma coisa em relação à nossa dependência de petróleo. Os americanos têm aqui uma oportunidade de reduzir a factura que pagam nas bombas de gasolina", sublinhou o senador republicano Pete Domenici. E acrescentou que o início da actividade petrolífera no Alasca não só beneficia o país em termos económicos como ainda é uma questão de defesa e segurança nacional. As estimativas apresentadas por Pete Domenici são impressionantes: pelos seus cálculos, a abertura de plataformas na região do Alasca permitirá a criação de novos 736 mil postos de trabalho e evitará a importação de dez mil milhões de barris de petróleo. As receitas para o país serão, e ainda de acordo com os mesmos estudos, superiores a 2,5 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos.As principais organizações do movimento ecologista começaram já uma intensa campanha para evitar a mudança da legislação, contestando os argumentos apresentados pelos republicanos. "Dentro de 20 anos, quando a produção petrolífera no Árctico estiver no seu pico, as poupanças no preço da gasolina serão da ordem dos dez cêntimos por galão. É evidente que a nossa independência energética não se conseguirá à custa da autorização da exploração petrolífera em santuários ecológicos ou em zonas de risco de furacão", criticou o director executivo do Sierra Club, Carl Pope.
Bush já saudou a decisão
O Presidente dos EUA, George W. Bush, é um acérrimo defensor da prospecção energética no Alasca e saudou já o Senado pela sua aprovação da lei. Mas a proposta de lei terá ainda de passar pela Câmara de Representantes, onde os campos que se opõem e que apoiam a legislação estão mais extremados. O desfecho da votação permanece, por enquanto, totalmente imprevisível, uma vez que vários congressistas republicanos estão entre as fileiras daqueles que pretendem impedir a exploração energética do Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Árctico.
No entanto, alguns dos congressistas que promovem a legislação acrescentaram à proposta a revogação da moratória de 24 anos que inviabiliza a abertura de plataformas offshore ao largo do parque natural do Alasca (Publico)

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