LIBERTAÇÃO

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quarta-feira, novembro 09, 2005

Pequim aconselha habitantes a ficar em casa por causa da poluição

Faltam pouco menos de mil dias para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e a cidade ainda tem um enorme desafio pela frente: livrar-se da sua grave poluição atmosférica. Na sexta-feira passada, a situação estava tão má que as autoridades locais recomendaram aos habitantes que não saíssem muito de casa, especialmente idosos, crianças e pessoas com problemas respiratórios.Foi o pior pico de poluição em seis meses, segundo noticiou o jornal Beijing News, citado pela AFP. Evitar que isto não ocorra dentro de três anos, durante os Jogos Olímpicos, é tudo o que as autoridades de Pequim desejam.Não será fácil. As metrópoles chinesas têm enormes problemas com a qualidade do ar. Um artigo dos investigadores Jiming Hao e Litao Wang, publicado em Setembro no Journal of the Air & Waste Management Association, diz que 340 milhões de pessoas - três quartos da população urbana da China - estão expostos a limites de poluição prejudiciais à saúde. Só um terço das grandes cidades chinesas cumprem as normas aceitáveis de qualidade atmosférica.O tipo de poluição, segundo Hao e Wang, está a mudar. Antes, dominavam os óxidos de enxofre, provenientes sobretudo da queima do carvão e um dos ingredientes básicos para as chuvas ácidas. Agora, há um cocktail mais variado de poluentes em excesso. O mais preocupante são as partículas.
A boa notícia é que o aumento da poluição está a ser menor do que o da economia. Desde 1996, a China tem tido taxas anuais de crescimento entre 7 a 10 por cento. Mas a emissão de poluentes para a atmosfera subiu a um ritmo menor ou até desceu nalguns casos.
Pequim lançou, em 1998, um programa de medidas progressivas para reduzir a poluição. Está a conseguir resultados - a concentração média de dióxido de enxofre já é quase aceitável - mas tem ainda muito a fazer. O consumo de carvão não está a baixar. E a frota automóvel sobe em flecha. Havia 500 mil veículos em 1990, saltaram para dois milhões em 2003 e poderão ser 3,5 milhões em 2008, ano dos Jogos Olímpicos.Mais carros significam mais poluição por partículas e por óxidos de azoto. Este último composto está na base da formação, em dias de muito sol e calor, do ozono - um gás necessário na estratosfera, para proteger a Terra dos raios ultra-violeta, mas nocivo ao nível do solo, pois provoca problemas respiratórios. Uma investigação publicada na revista Nature no princípio de Setembro mostra claramente, através de imagens do satélite Envisat, uma grande concentração de óxidos de azoto sobre Pequim e o Nordeste da China. É a maior mancha deste poluente no mundo, segundo o artigo.

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