LIBERTAÇÃO

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quarta-feira, outubro 19, 2005

Fome coloca em risco 20 milhões de africanos

Níger, Chade, Sudão, Etiópia, Eritreia e Somália são países em situação dramática
Um vasto "cordão da fome" atravessa a África, desde o Níger à Somália, disse esta semana a Famine Early Warning Systems Network, citada pelo correspondente da BBC em assuntos mundiais, Mark Doyle. Mais de 20 milhões de pessoas estão em risco, designadamente no Chade, no Sudão, na Etiópia e na Eritreia.
As agências internacionais de auxílio afirmam ser necessária uma acção urgente nos sete países que vão desde o Níger ao Corno de África, pois que nessas regiões não há quase nada que comer, devido a um clima hostil.
O deserto do Sara avança e verifica-se uma erosão dos solos, desde as terras nigerinas às somalis, chamando a atenção para dramas como o do Sul do Sudão ou o da Etiópia, um dos países de há muito conhecidos pelas suas fomes cíclicas.
A oposição do Níger chamou ontem "ignorante" ao Presidente, Mamadou Tanja, por ter dito que os seus compatriotas estavam a ser bem alimentados, não se podendo propriamente falar de fome, apesar de haver alguma escassez de alimentos.
Mamadou Karijo, da Convenção das Forças Democráticas, declarou à BBC terem-se malogrado os esforços do Governo para subsidiar os preços dos alimentos e oferecer comida a quem trabalhasse em certos projectos estatais. Mas o Presidente Tanja insistiu em que a actual situação não é tão grave quanto as crises alimentares verificadas nas décadas de 1970 e de 1980.
Em meados de Julho cerca de 15 crianças estavam a morrer por semana na região de Maradi, junto à fronteira do Níger com a Nigéria, por não haver aí nada que se comesse, antes de ter sido lançada uma grande operação de auxílio.
No entender de Tanja, que está no poder desde 1999, a oposição fala da fome por motivos políticos e as agências das Nações Unidas fazem "falsa propaganda" de moda a receber mais auxílio por parte dos doadores.
O Programa Alimentar Mundial, das Nações Unidas, não quer porém reconhecer que se esteja a exagerar quando se fala dos grandes problemas que afectam cerca de um quarto dos 12 milhões de habitantes do Níger, um país do interior da África que tem como vizinhos a Argélia, o Mali, o Burkina Faso, a Nigéria, o Chade e a Líbia.
Na quinta-feira, o Instituto Internacional de Pesquisa sobre Política Alimentar publicou um relatório a dizer que os governos africanos deveriam fazer mais para que os seus habitantes deixassem de ter fome, um flagelo que desde a década de 1970 aflige 35 por cento das populações de África.

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