LIBERTAÇÃO

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quarta-feira, novembro 09, 2005

Barril de petróleo deve cair para 35 dólares até 2010

O preço internacional do petróleo deverá deslizar ao longo da década actual até chegar aos 35 dólares, por via de um aumento na capacidade de produção, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE), no seu relatório anual, divulgado ontem, no qual volta a alertar para o agravamento da dependência do consumo mundial em relação ao Médio Oriente e Norte de África até 2030.As contas da AIE à evolução do preço do petróleo, segundo as quais deverá depois recuperar para os 39 dólares em 2030, fazem parte do chamado cenário de referência, a preços de 2004, das "Perspectivas Mundiais de Energia 2005" e com previsões até 2030. De acordo com este cenário, que os autores consideram o mais provável, "mas não desejável nem sustentável a prazo", as actuais políticas energéticas manter-se-ão e o consumo mundial de energia subirá 50 por cento. A este valor corresponde também um salto de 52 por cento nas emissões de dióxido de carbono. Os países em vias de desenvolvimento, nomeadamente China e Índia, serão os principais responsáveis (dois terços) pelo aumento do consumo projectado. A AIE assume que o planeta dispõe de recursos suficientes para fazer face ao acréscimo da procura das próximas duas décadas e meia, desde que os países com maiores reservas reinvistam na sua capacidade de produção e os países consumidores em novas refinarias, no total de 17 biliões de dólares ou 14,5 biliões de euros, mais de 100 vezes o PIB português e quase o dobro do norte-americano. "As reservas mundiais de petróleo ultrapassam actualmente a produção acumulada de hoje até 2030", afirma a AIE, criada no pós-choque petrolífero de 1970 para vigiar os 26 países membros da OCDE em matéria de segurança de abastecimento energético. Lembra, por outro lado, que a falta de investimento na produção e refinação contribuiu para a escalada dos preços desde o início do ano. Nos últimos trinta anos, os EUA, que continuarão a ser o maior consumidor mundial, não construíram uma única refinaria.
Dois cenários alternativos
As "Perspectivas Mundiais de Energia 2005" da AIE centram-se especialmente nas regiões do Médio Oriente e do Norte de África, e nos riscos da sua instabilidade, antecipando que desempenharão um papel crítico na satisfação da procura nos próximos anos - passarão a produzir 44 por cento do petróleo contra os actuais 35 por cento. Estas regiões aumentarão a produção de petróleo em 75 por cento e triplicarão a produção de gás natural, desde que concretizem os investimentos necessários, à média anual de 56 mil milhões de dólares.
O recurso exaustivo aos combustíveis fósseis, em que se baseia o cenário de referência, "não tem nada de satisfatório", segundo a AIE, dado pressupor a manutenção de uma exploração exaustiva dos combustíveis fósseis.O relatório avança outros dois cenários de evolução para as próximas duas décadas e meia, considerando-os "longe de improváveis": um, de tendência desfavorável, com um adiamento dos investimentos nos países produtores e com implicações sensíveis no aumento do preço do petróleo (pode chegar aos 52 dólares em 2030), outro, o mais desejável, que admite uma atitude mais voluntarista por parte dos países em favor de políticas de utilização mais racional de energia e de maior abrandamento no preço do petróleo.O documento, que analisa detalhadamente as tendências para a Argélia, Egipto, Irão, Iraque, Koweit, Líbia, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, alerta para o facto de os dois cenários terem fortes implicações para estes países. Na hipótese de adiamento de investimentos nos países do Médio Oriente e Norte de África, os preços de energia subirão, o aumento da procura global diminuirá, cortando mais de um bilião de dólares de receitas de exportação de petróleo e gás, entre 2004 e 2030. O crescimento mundial será também afectado por isso, estima a AIE, concluindo que qualquer que seja a possível causa - deliberada ou não - o resultado será sempre de preços mais elevados, maior incerteza e infeciências de mercado. No cenário alternativo, de políticas defensoras do uso racional de energia e de substituição gradual dos combustíveis fósseis, o crescimento global de petróleo e gás será inferior, embora o planeta continue a depender fortemente das duas referidas regiões. O efeito mais sensível verificar-se-á ao nível das emissões de dióxido de carbono - menos 16 por cento do que no cenário de referência -, mas, ainda assim, 30 por cento acima dos níveis actuais.
O que vai mudar até 2030
> A procura de petróleo crescerá à média anual de 1,4 por cento até chegar aos 115 milhões de barris diários, contra os actuais 84 milhões;
> O gás natural é o combustível fóssil cuja procura mais aumentará neste período - 75 cento, em termos absolutos;
> O consumo de carvão vai continuar a crescer. À taxa anual de 1,4 por cento, atingirá os 7,3 mil milhões de toneladas dentro de 25 anos
A procura energia nuclear vai aumentar, embora o peso no bolo total diminua;
> As energias renováveis terão a mais alta taxa de crescimento (6,2 por cento ao ano), mas o seu contributo para a produção de energia manter-se-á residual, fixando-se em dois por cento do total;
> O preço do petróleo, que chegou aos 65 dólares em Setembro passado (preço médio pago pelos países membros da OCDE), deverá deslizar até aos 35 dólares em 2010, por via de uma maior capacidade de produção, e depois voltará a subir até aos 39 dólares em 2030 (Publico)

1 Comments:

Blogger Sara said...

Acho que devemos comer coisas mais naturais, eu espero que tudo isso percebemos porque estamos começando a mudar as coisas, espero que em algum momento têm a oportunidade de experimentar coisas naturais restaurantes em vila madalena

7:30 da tarde  

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