LIBERTAÇÃO

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domingo, outubro 30, 2005

Irão condenado por querer "apagar Israel do mapa"

As declarações do Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, de que Israel deveria ser "apagado do mapa" foram ontem fortemente condenadas pela União Europeia, que se juntou aos Estados Unidos e ao Canadá nas críticas a Teerão.
Vários países europeus chamaram individualmente os embaixadores do Irão para pedir justificações. As declarações de repúdio chegaram de diferentes partes do mundo, à excepção dos Estados árabes, que optaram pelo silêncio.
"Apelos à violência e à destruição de qualquer Estado são manifestamente inconsistentes com qualquer pretensão de se ser um membro responsável e maduro da comunidade internacional", lê-se numa declaração divulgada na cimeira europeia de Hampton Court, nos arredores de Londres. Com as suas declarações numa conferência em Teerão, Mahmoud Ahmadinejad fez mais do que enfurecer Telavive. Como refere o comunicado da cimeira europeia, "tais comentários causam preocupações sobre o papel do Irão na região e as suas intenções futuras". Lançam ainda mais dúvidas sobre o programa nuclear da República Islâmica, que, segundo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), não está a colaborar como devia com os inspectores.
Totalmente inaceitável
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, considerou no final da cimeira da UE que a afirmação de Ahmadinejad é "completa e totalmente inaceitável", e salientou a necessidade de se impedir que o país adquira armas nucleares. O Irão vai ser encarado como "uma verdadeira ameaça" para a segurança se continuar por esta via, salientou Blair. "A sua atitude face a Israel, a sua atitude face ao terrorismo, a sua atitude face à questão das armas nucleares, não é aceitável... Podem imaginar um país como este, com uma atitude como esta, com uma arma nuclear?" O Presidente da França - que com a Grã-Bretanha e a Alemanha tentou persuadir o regime iraniano a abdicar do seu programa nuclear - considerou as declarações "insensatas e irresponsáveis". Jacques Chirac disse ainda que Teerão "se arrisca a ser posto à margem das nações". "Aqueles que insistem em transferir o dossier nuclear iraniano para o Conselho de Segurança da ONU receberam um argumento adicional para o fazer", considerou o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov. "Consternação" foi a palavra usada pelo secretário-geral da ONU. Kofi Annan recordou a todos os membros das Nações Unidas que Israel é um membro de longa data "com os mesmos direitos e as mesmas obrigações que os outros". A primeira reacção de Telavive foi pedir a expulsão do Irão da ONU. Jornais árabes publicaram as declarações de Ahmadinejad sem comentários. O Egipto e a Jordânia afirmaram não ter nada a dizer. Mohamed Wahby, membro do Conselho Egípcio de Relações Internacionais, diz que este silêncio é um erro, que poderá pôr em causa o processo de paz. "Reconhecer Israel como parte integrante do Médio Oriente já não está mais em dúvida."

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