LIBERTAÇÃO

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domingo, outubro 30, 2005

Alterações climáticas devem deixar a bacia do Tejo com graves problemas de seca

Ana Machado
Qual será o impacte das alterações climáticas, ao longo deste século, na fertilidade do solo e na disponibilidade da água, entre outros dos chamados serviços gratuitos dos ecossistemas na Europa? Um grupo internacional e interdisciplinar de investigadores projecta hoje na revista Science quatro cenários possíveis para medir esse impacte para 2050 e 2080 a nível regional. A região mediterrânica e as montanhas da Europa parecem ser as áreas mais vulneráveis, e a bacia do Tejo provavelmente vai passar por graves problemas de seca, dizem os cientistas, entre os quais o português Miguel Araújo, que consultaram vários intervenientes políticos e económicos.
A Europa não vai poder ficar à espera das eventuais medidas positivas que decorram da aplicação do protocolo de Quioto, que regula a emissão de gases de efeito de estufa. É preciso começar a actuar já para mitigar os efeitos das alterações climáticas nos benefícios que gratuitamente retiramos dos ecossistemas, como comida, água e energia. Esta é a principal conclusão que emana do artigo.
A equipa formada por mais de 30 investigadores de todo o mundo baseou-se em conversas com agentes políticos e económicos da Europa a 15, antes da expansão a Leste, mais a Noruega e Suécia. Foram consultados políticos, agentes económicos ou agricultores, com interesses directos nos serviços fornecidos pelos ecossistemas, entre os quais o secretário de Estado do Ambiente português, Humberto Rosa.
Foram tidos em conta quatro cenários possíveis, traçados pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), organismo do Programa de Ambiente das Nações Unidas, para elaborar quatro modelos probabilísticos acerca do impacte das alterações climáticas naquilo que directamente recebemos, de modo gratuito, dos ecossistemas.
A subida das temperaturas e a redução da precipitação média podem conduzir à escassez no fornecimento de água. Aumento do risco de ocorrência de incêndios, alterações na distribuição natural das espécies florestais e perda de potencial agrícola dos terrenos são alguns dos impactes mais negativos das alterações climáticas para o Mediterrâneo, de acordo com os cenários mais agressivos traçados pelas equipas. Nas regiões montanhosas, as alterações dos mantos de neve e dos caudais dos rios são alguns dos efeitos que se prevê que mais afectem estas regiões (Publico)

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