Guerra do Iraque já matou mais jornalistas do que guerra do Vietname

A guerra do Iraque, que começou em Março de 2003, já matou mais jornalistas do que o confronto do Vietname, que se desenrolou durante 20 anos, informou o grupo de defesa dos jornalistas Repórteres sem Fronteiras (RSF). Desde que os militares americanos, em conjunto com os seus aliados, entraram em solo iraquiano no mês de Março de 2003, foram mortos 66 jornalistas e assistentes seus. A última vítima foi o técnico de som da Reuters Waleed Khaled, morto a tiro, num incidente que deixou ferido o operador de câmara que seguia com ele, Haider Kadhem, e que acabou por ser detido pelos militares norte-americanos. Na guerra do Vietname morreram 63 jornalistas, mas num período de 20 anos, de 1955 a 1975, explicou a RSF, associação com sede em Paris, no seu site. No conflito na antiga Jugoslávia, entre 1991 e 1995, 49 jornalistas foram mortos enquanto faziam o seu trabalho, enquanto 57 jornalistas e 20 assistentes foram mortos durante a guerra civil da Argélia, entre 1993 e 1996. A RSF considera o Iraque como o país mais perigoso para os jornalistas, já que além dos 66 jornalistas mortos já foram raptados 22 profissionais do ramo. Apenas um não foi libertado: o italiano Enzo Baldini do Diario della Settimana, a 26 de Agosto de 2004, que foi executado pelos seus sequestradores. Os media têm sido um alvo desde os primeiros dias do conflito, quando o operador de câmara Paul Moran, da rede de televisão australiana ABC, foi morto por um carro bomba no dia 22 de Março de 2003.Dois jornalistas continuam desaparecidos. Frédéric Nérac da ITV News, está desaparecido desde 22 de Março de 2003, e Isam Hadi Muhsin Al-Shumary, da Suedostmedia, desde 15 de Agosto de 2004. O número de repórteres mortos neste conflito pode ainda ser maior, e a lista não inclui tradutores, condutores e outros assistentes dos repórteres que também terão falecido desde o início do conflito. ( do Publico de 31.08.05)