LIBERTAÇÃO

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quinta-feira, setembro 29, 2005

Mercedes vai cortar 5000 empregos na Alemanha

A Mercedes irá anunciar hoje a intenção de reduzir pelo menos cinco mil postos de trabalho na Alemanha, através de um plano de rescisões amigáveis e reformas antecipadas. Este corte representa 4,7 por cento do quadro de pessoal do construtor automóvel, que contava com perto de 106 mil trabalhadores no final de 2004. Estima-se que a redução de pessoal possa custar à Mercedes entre 100 e 250 milhões de euros, mas a poupança anual daí resultante deverá rondar os 200 a 250 milhões de euros. A empresa do grupo DaimlerChrysler pretende voltar rapidamente aos lucros, depois de um mau primeiro semestre, com prejuízos de 942 milhões de euros - o primeiro anúncio de resultados negativos em 13 anos. O cenário dos últimos tempos não tem sido agradável para o construtor de Estugarda: a procura do modelo Classe E, o que mais contribui para os lucros, baixou bastante; a reorganização da unidade de automóveis Smart está a custar 1,2 mil milhões de euros; no primeiro trimestre foi ultrapassado pelo rival, a BMW, no número de veículos ligeiros produzidos; os problemas mecânicos, como a recolha de 1,3 milhões de viaturas, têm contribuído para uma depreciação da imagem da marca; a que se juntam as desvantagens de um euro forte face ao dólar. A soma, claro, tem sido uma redução contínua dos lucros.
A decisão de reduzir pessoal deve-se sobretudo a Dieter Zetsche, o novo chefe da Mercedes-Benz há menos de um mês, que mantém o objectivo do seu antecessor de conseguir uma margem operacional de sete por cento em 2007. Zetsche veio da Chrysler americana e passará a ser o presidente de todo o grupo DaimlerChrysler a 1 de Janeiro próximo, substituindo Juergen Schrempp. Entre 2000 e 2004, eliminou 40 mil postos de trabalho e ajudou a Chrysler a regressar aos lucros nos EUA - no primeiro semestre deste ano, por exemplo, teve 963 milhões de euros de lucro. Anteontem, Zetsche afirmou que "há muito trabalho a fazer" na Mercedes, que são necessárias mudanças estruturais para aumentar a produtividade e que provavelmente as começará antes do fim do ano. O aviso está feito, mas não se prevêem tempos pacíficos. No ano passado, a empresa e os sindicatos assinaram um acordo que previa a redução de custos de trabalho e certas regalias - que significariam uma poupança de 500 milhões de euros anuais - em troca do compromisso de não haver despedimentos nas fábricas alemãs até 2012. O que significa que qualquer corte de pessoal através de negociação implicará grandes indemnizações. Além da Smart, a Mercedes detém também a marca de luxo Maybach.
Depois de uma subida dos lucros entre 2001 e 2003, dos 2951 até aos 3126 milhões de euros, a Mercedes começou a entrar em descalabro financeiro em 2004. No ano passado os lucros caíram para metade (1666 milhões), e no final de Março deste ano passaram a linha vermelha: -954 milhões de euros (Publico)

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