LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

quinta-feira, setembro 29, 2005

Processos de falência atingem todos os sectores

As acções globais de falência de empresas decresceram nos primeiros oito meses do ano, embora tenha aumentado significativamente o número de firmas apresentadas à falência. A indústria transformadora e os distritos mais industrializados (Lisboa, Porto, Aveiro e Braga) foram os mais penalizados, na análise comparativa com o período homólogo de 2004. De acordo com os dados da Coface MOPE , a que o DN teve acesso, houve este ano 1517 empresas (menos 232) envolvidas em acções de falência. Para o balanço global positivo muito contribuiu a diminuição das empresas declaradas à falência. Em Agosto de 2004, mais de um milhar de empresas encontravam-se nessa situação, enquanto este ano esse número se ficou pelas 745. Este decréscimo das firmas declaradas à falência foi transversal a todos os sectores de actividade.Além da indústria transformadora, a crise incidiu especialmente nos sectores do comércio automóvel, a retalho e por grosso. Jaime Lacerda, vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), entende o impacto das falências na indústria transformadora como um reflexo da desindustrialização do País, iniciada em 2000. A globalização conduziu à procura de novos espaços de laboração (deslocalizações) e também à transferência de investimentos para os países do Leste e do Oriente.O empobrecimento da região norte, que agora foi confirmado com a divulgação das contas regionais feita pelo Instituto Nacional de Estatística, contribuiu também para as dificuldades sentidas pela indústria transformadora, na opinião do dirigente da AIP.O comércio automóvel foi outro dos sectores onde mais se sentiram os processos de falência. A diminuição (35%) das falências declaradas não chegou para anular o forte aumento das empresas apresentadas à falência (uma nos primeiros oito meses de 2004, para 13 no período homólogo deste ano). Também os processos de recuperação de empresas foram agora em número inferior ao de 2004.Neves da Silva, da ANECRA, não se surpreende com os números. A Associação Nacional das Empresas do Comércio e Reparação Automóvel está consciente das dificuldades decorrentes da recessão económica do País e de uma forte fiscalidade que penaliza a aquisição de veículos novos. «As pessoas não têm dinheiro para adquirir carro novo, mas também não têm para o reparar», assinala.Considerando a situação que o sector atravessa muito grave, Neves da Silva defende a necessidade de se produzirem alterações ao nível da fiscalidade, para que a venda de automóveis ganhe competitividade. Com este intuito, a ANECRA tem mantido contactos a nível governamental visando a alteração do Imposto Automóvel, medida que considera essencial para estancar a recessão no sector.Por idêntico diapasão, Florêncio Almeida, da Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Transportes Ligeiros, assinala a necessidade de se proceder a alterações na fiscalidade que recai sobre os táxis. O dirigente da ANTRAL está consciente do elevado número de profissionais que nos últimos meses entregaram as licenças por não terem serviço para suportar a manutenção dos carros. Embora com reservas quanto à base do estudo, Almeida Freire, da Confederação do Comércio Português, afirma que os indicadores do comércio são um sinal preocupante da degradação do tecido empresarial, sobretudo na área do comércio automóvel. Por outro lado, a entrada no mercado dos grandes operadores, nomeadamente cadeias de discount, veio agravar a crise no comércio a retalho e por grosso, na óptica do dirigente da CCP.Mais optimista, Tomás Gomes, director-geral da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas, acredita que a recessão irá estagnar este ano, depois de um decréscimo de 15% na construção de edifícios residenciais que se verifica desde 2002 (DN-Lisboa)

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