LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

domingo, maio 15, 2005

Coitado dos trabalhadores...

Os trabalhadores portugueses do sector privado continuaram a perder poder de compra nos primeiros três meses do ano, confirmando uma tendência que vem desde o ano transacto. Os dados do relatório trimestral da Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT) sobre a contratação colectiva mostram que a subida dos salários nos primeiros três meses do ano foi inferior ao aumento dos preços em 0,1%, ou seja, os trabalhadores portugueses do sector privado tiveram uma redução marginal no seu poder de aquisição.Nos contratos colectivos publicados entre Janeiro e Março, verificou-se uma variação nominal intertabelas de 2,7%. No entanto, o IPC referente a estes contratos – medido entre as datas do início das convenções colectivas agora públicasdas e o fim das anteriores que entretante caducaram – teve uma variação de 2,8% no final do período, o que justifica a diminuição de 0,1% nos salários.Apesar de esta perda ser pouco significativa, ela vem na sequência de uma continuada perda de poder de compra, que atravessou os salários implícitos nas negociações colectivas publicadas durante os dois últimos anos, que terminaram com uma variação real negativa de 0,8% em 2003 e de 0,4% em 2004.Ainda assim, pode observar-se uma desaceleração dos aumentos salariais, em termos nominais, que passou de 2,9% nos nos dois anos transactos para 2,7% no primeiro trimestre de 2005.Olhando para os números de Março do corrente ano, pode concluir-se que apenas os trabalhadores da indústria transformadora conseguiram manter o seu poder de compra. Já os funcionários do sector dos transportes, armazenagem e comunicações registaram uma perda de 0,8%, enquanto os trabalhadores do sector do comércio por grosso e a retalho e os do sector da reparação de veículos automóveis e de bens de uso pessoal e doméstico tiveram uma perda menos significativa, de 0,1%.Numa altura em que a negociação dos contratos colectivos ganhou uma maior dinâmica, atingindo números idênticos aos de 2002 e contrariando a quebra verificada em todo o ano passado, estes valores ganham maior relevo, uma vez que nos primeiros quatro meses de 2005, mais de 636 mil trabalhadores foram abrangidos pelos contratos colectivos quando no ano passado não ultrapassavam os 152 mil.Negociação ganha dinâmicaNos primeiros quatro meses de 2005, verificou-se um aumento das convenções colectivas publicas no Boletim de Trabalho e Emprego e do número de trabalhadores abrangidos. Entre Janeiro e Abril, foram publicados 82 instrumentos de regulamentação colectiva, um valor muito próximo das convenções publicadas nos primeiros quatro meses de 2000 e 2001 e superior às 21 publicadas no mesmo período do ano passado. Este aumento no ritmo de publicação das convenções deve-se, em parte, ao acordo bilateral assinado pelos representantes das confederações patronais e sindicais no início do ano. Já o número de trabalhadores abrangidos atingiu os 636 mil, o segundo valor mais elevados dos últimos cinco anos.

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