Congressista acusado de "branquear capitais"

Tom DeLay, o demissionário líder da maioria republicana na Câmara de Representantes dos Estados Unidos, foi ontem alvo de uma segunda acusação, por parte de um grande júri do Texas, desta vez por "branqueamento de capitais". O congressista é agora suspeito de ter "desviado" 190 mil dólares de donativos de empresas do Texas para financiar candidatos republicanos durante a campanha eleitoral em 2002. Na quarta-feira passada, DeLay já tinha sido acusado de "conspiração" pelo seu presumível papel na recolha e uso ilegal de donativos de empresas do Texas na campanha de 2002. Demitiu-se imediatamente do cargo de líder da maioria republicana, mas não de membro da Câmara dos Representantes.Dick DeGuerian, advogado de DeLay, classificou ontem a segunda acusação de "resultado directo de um recurso da defesa", que exigiu, invocando "falhas técnicas", a anulação da primeira acusação.Foi o procurador do Texas, Ronnie Earle, que anunciou na segunda-feira à noite, a segunda acusação, envolvendo nela também dois assistentes de DeLay, identificados como John Colyandro e Jim Ellis. O branqueamento de capitais é um crime punido no Texas com prisão perpétua.Num comunicado, o veterano DeLay, há 20 anos membro do Congresso, considerou a segunda acusação "mais um exemplo de perseguição" por parte do procurador Earle.O grande júri acusou o congressista, horas depois de o Departamento da Justiça ter confirmado que a polícia britânica teria interrogado a antiga primeira-ministra britânica Margaret Thatcher sobre um alegado encontro com DeLay, em Londres, em 2000. O inquérito está a tentar determinar se o republicano norte-americano recebeu viagens e outros subornos em troca de influenciar a mudança de legislação nos EUA.DeLay assegurou a aprovação na Câmara dos Representantes de grande parte da agenda legislativa do Presidente George W. Bush, de quem é um firme aliado