LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

terça-feira, setembro 20, 2005

E os indianos meu Deus, os indianos...

As importações portuguesas de têxteis indianos estão em crescimento, tendo subido cerca de 10,4%, de 158,9 milhões de euros em 2003 para 175,561 milhões ,no ano passado, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Entre as categorias mais vendidas pelos indianos encontram-se o algodão, fibras sintéticas e tapetes, o que confirma os receios da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). “A Índia é cada vez mais uma ameaça”, explicou ao DE Paulo Nunes de Almeida, presidente da associação.O responsável considera que, “a médio e longo prazo, [a Índia] pode ameaçar o futuro da indústria têxtil nacional, visto que os indianos estão a apostar em segmentos que serão importantes para os têxteis nacionais no futuro”, explica Paulo Nunes de Almeida. Ou seja, a indústria têxtil indiana caracteriza-se pelo fabrico de artigos de valor acrescentado, que é exactamente o segmento que poderá salvar a indústria têxtil nacional.“O sector indiano é baseado no capital intensivo enquanto o chinês assenta na mão-de-obra intensiva, explica Nunes de Almeida, que refere ainda que o país é forte no fornecimento de fios e telas. “No entanto, ainda não conseguem competir com a China no que diz respeito à confecção”, explica o mesmo responsável, referindo que, pelo contrário, a nível de ‘know-how’ e inteligência a indústria têxtil chinesa é muito forte.Nunes de Almeida refere os têxteis-lar e os técnicos como categorias onde a indústria têxtil chinesa é muito forte. “Nestes segmentos já são uma ameaça agora”, explica o responsável.Têxteis indianos valerão 65 mil milhões em 2010Segundo um estudo da consultora indiana Crisil, o potencial do sector têxtil do país é enorme. A empresa, que realiza estudos estatísticos, estima que, em 2010, os têxteis fabricados na Índia valerão 65 mil milhões de euros, dos quais 36,6 mil milhões serão vendidos no mercado interno, que tem muito peso para o sector.Os números actuais demonstram a tendência de crescimento do sector, que, já demonstra uma progressão de cerca de 14,1% só no primeiro semestre de 2005. O sector é o maior exportador do país e emprega cerca de 35 milhões de pessoas.No entanto, os números mais recentes demonstram que a indústria têxtil indiana ainda tem muito a aprender com os chineses. A sua quota nas exportações globais é de apenas 3% e o total das vendas para fora atinge apenas cerca de 8 mil milhões de euros.Mas a concorrência não é só chinesa. Os indianos têm ainda que contar com os têxteis da Coreia e de Taiwan, bem como com a Turquia, Tailândia e Indonésia, cuja quota no comércio mundial se aproxima rapidamente da que detém a Índia.A falta de informação das empresas, das quais apenas 25% estão informadas acerca da liberalização do comércio mundial é um factor que está a prejudicar o desenvolvimento dos têxteis indianos.Conflitos com a China são só 10% das exportaçõesA China sempre foi identificada como a grande ameaça aos têxteis nacionais, mas em declarações recentes, o ministro chinês do Comércio, Fu Ziying, defendeu que os conflitos entre a União Europeia e os EUA sobre os têxteis chineses correspondem a menos de 10% do conjunto das exportações chineses, em termos de valor. As exportações têxteis chinesas ascendem 100 mil milhões de dólares (81 mil milhões de euros), enquanto que o conflito com os 25 Estados-membro – resolvido através do recente acordo – e com os EUA (ainda por resolver) ascende a oito mil milhões de dólares, explicou Fu. “É certo que vimos surgir fricções comerciais, mas em valor isso não representa senão uma pequena porção”, sublinhou. A situação não é inédita, pois a própria UE e os EUA que são os maiores parceiros comerciais têm vários casos de conflitos, que assumem grande relevância política, mas são insignificantes em termos económicos (Diário Economico)

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