LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

terça-feira, setembro 20, 2005

Portugal com desemprego

É o primeiro aumento do desemprego em seis meses e, por isso, também a primeira subida desde que o Governo socialista tomou posse. E aconteceu precisamente em Agosto, um mês que até costuma trazer boas notícias para o mercado do trabalho. Neste mês, 144 pessoas perderam o seu posto de trabalho em cada um dos dias, o equivalente a mais 4476 desempregados face a Julho. Depois de decréscimos sucessivos desde Fevereiro, o desemprego registou um aumento de 1% em Agosto, de acordo com os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Em termos anuais, há mais 15 128 pessoas sem trabalho, num total de 464 888. Porém, o grande acréscimo verificou-se de Dezembro para Janeiro, tendo o número de desempregados subido em 14 595. "Por um lado, esta subida é surpreendente porque o desemprego costuma diminuir nesta altura, devido ao trabalho sazonal. Mas, por outro, não surpreende, porque é o resultado das políticas económicas implementadas, que não fomentam o crescimento. No geral, considero os números preocupantes", afirmou ao DN Ernesto Cartaxo, membro da comissão executiva do conselho nacional da CGTP.Para João Proença, secretário- -geral da UGT, a subida pode ser explicada com "o encerramento de várias empresas no período de férias - o que deverá agravar-se em Setembro -, e com a saída dos jovens das escolas". Por regiões, a Madeira destaca-se pela negativa, com o aumento do desemprego em termos homólogos de 14,6%. No Norte, que é a zona com mais desempregados (213 606), o número de pessoas sem trabalho subiu 7%. O Algarve é a região com um desempenho mais positivo, sendo a única a conseguir uma diminuição do desemprego, quer em relação ao mês anterior, quer comparaticamente com o mês homólogo de 2004. A confirmar a queda de contratação das empresas está o decréscimo no número de ofertas de trabalho, que baixou 1,4% face ao mês anterior e 3,3% em termos homólogos (para 9894 ofertas). De acordo com os dirigentes sindicais contactados pelo DN, a única maneira do Governo inverter a tendência de aumento do desemprego é adoptar políticas que promovam o crescimento económico e apostar na formação e qualificação profissional. Para dinamizar o consumo, defendeu Ernesto Cartaxo, deve aumentar-se o poder de compra. "Há um clima de falta de confiança que retrai o investimento e incentiva a poupança. O consumo privado deverá continuar a cair", frisou João Proença. Os dois sindicalistas chamaram ainda atenção para o facto do IEFP medir apenas o desemprego registado, o que não traduz a totalidade das pessoas sem trabalho. E as perspectivas são desanimadoras. Até ao final do ano é esperado um agravamento do desemprego, a não ser que sejam implementadas medidas imediatamente (Diário de Notícias de Lisboa)

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