LIBERTAÇÃO

UM ESPAÇO DE LIBERDADE SEM ILUMINADOS E HIPOCRISIAS

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Cuidado com o coraçao

O Jornal "Publico" publicou ontem uma noticia interessante e que serve de alerta para todos nós - sobretudo neste tempo de mudança...

Más Notícias Podem Mesmo Partir o Coração Domingo
Ana Machado


Uma equipa da Universidade de Johns Hopkins afirma, num artigo publicado da revista "New England Journal of Medicine", que as más notícias, como a morte de uma pessoa chegada ou o fim de uma relação, ou o choque de nos vermos envolvidos num assalto à mão armada, por exemplo, fazem com que ocorra uma libertação exagerada de hormonas de stress, como a adrenalina, que podem ser prejudiciais ao coração. Os sintomas podem mesmo assemelhar-se ao início de um ataque cardíaco e podem durar dias. Depois passam como se nada tivesse acontecido, dizem. Os médicos chamam-lhe "síndroma do coração partido".
O estudo baseou-se na análise de 19 casos de pacientes que deram entrada no hospital com sintomas de ataque cardíaco, como dores no peito, acumulação de líquido no pulmão, falta de ar e batimentos cardíacos irregulares, após terem recebido, algumas horas antes, notícias que de alguma forma os chocaram.
Quando os pacientes, a sua maioria mulheres de idade avançada, eram observados, os médicos verificavam que não existia nenhum bloqueio de nenhuma artéria envolvida no fornecimento de sangue ao coração ou outros sinais que justificassem tais sintomas.
O único aspecto anormal que os médicos detectaram nestes pacientes foram níveis muito elevados, no sangue, de hormonas libertadas pelo stress, como a adrenalina e noradrenalina, qualquer coisa como entre sete a 34 vezes mais presença destas hormonas do que em casos efectivos de ataques cardíacos.
Observaram também a presença de uma substância, um péptido, que se encontra no organismo quando o músculo cardíaco está em esforço excessivo. Mas todos os ecocardiogramas e electrocardiogramas efectuados eram de corações saudáveis.
Os cientistas avançam com algumas explicações possíveis, mas não sabem ao certo qual a causa deste síndroma do coração partido. Talvez a produção anormal destes químicos faça com que algumas artérias do coração sofram espasmos violentos. Ou talvez estas hormonas tenham um efeito tóxico no coração. Ou pode ser que haja uma produção exagerada de cálcio que afecte temporariamente o coração. Os investigadores querem agora continuar com o estudo para saberem mais sobre este síndroma do coração partido.
Tratar a alma também é importanteSe há uma lição a tirar do estudo da equipa da Universidade de Johns Hopkins, é que os médicos devem estar mais atentos à estabilidade psicológica dos doentes e aos seus sentimentos, reconheceu Daniel Shindler, director do laboratório de ecocardiografia da Faculdade de Medicina de Robert Wood Johnson, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, em declarações ao sítio na Internet do canal norte-americano NBC: "Vamos decerto prestar agora mais atenção ao luto dos doentes." O especialista reconhece que muitos dos casos recebidos nos hospitais que se suspeitam ser o início de um ataque cardíaco podem revelar-se ser apenas síndroma do coração partido, se o médico der atenção ao estado de espírito do doente. Shindler afirma que as conclusões da equipa da Johns Hopkins fazem todo o sentido, sabendo a medicina hoje que a relação entre o cérebro e o coração não é apenas a relação emocional e de sentido figurado que o senso comum alimentou ao longo dos anos, mas que tem uma base biológica muito importante. "O estudo levará muitos médicos a pensarem duas vezes quando se depararem com casos de dores no peito em que há dificuldade em diagnosticar um ataque cardíaco, uma vez que os exames complementares não indicam nada de anormal."


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